Maputo, 19 Abr (AIM) – Moçambique continua a ser usado como corredor de tráfico internacional de drogas, principalmente cocaína, heroína e metanfetamina.
A Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, disse hoje (19), no parlamento moçambicano, que a droga é proveniente da Ásia, com destaque para o Afeganistão, Paquistão e Irão, e da América Latina, nomeadamente Brasil, “usando como porta de entrada as vias marítimas, aéreas e terrestre.”
Segundo Buchili, o Ministério Público constatou a existência, no país, de fábricas de drogas camufladas “localizadas nas zonas urbanas e em certas quintas cujos proprietários adquirem equipamentos e precursores trazidos de fora do país para a produção da droga.”
Em 2022 foram detectadas e apreendidas três fábricas de produção de droga, no bairro de Infulene, distrito municipal de Katembe, e no distrito de Matutuíne.
Para a introdução da droga, no país, pela via marítima, por exemplo, a procuradora disse que os traficantes privilegiam o “baldeamento no alto mar, com recurso a pequenas embarcações de pesca ou de recreio para transportar a droga para o continente.”
“Muitas vezes a droga é armazenada, transitoriamente, junto das residências próximas da costa e daqui, com o envolvimento de alguns nacionais e estrangeiros que a transportam em conveniência com algumas autoridades que facilitam o percurso com destino a vários países, em especial a África do Sul”, assegurou Buchili.
Segundo a procuradora,a costa marítima, nomeadamente as províncias de Nampula (norte), e Zambézia (centro), é, actualmente, preferida pelos traficantes para o “baldeamento da droga, contrariamente à província de Cabo Delgado que era usada como maior ponto de entrada antes do conflito armado [finais de Outubro de 2017]”.
Pela via aérea, os traficantes privilegiam a rota “São Paulo (Brasil); Adis Abeba (Etiópia); e São Paulo-Doha (Qatar)-Maputo.
Explicou que a droga é introduzida “camuflada em diversos objectos, produtos de higiene e de consumo, em conivência com alguns funcionários das companhias aéreas, dos aeroportos e das empresas de manuseamento e controlo de cargas e bagem.”
(AIM)
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