
Pessoa com deficiência em Moçambique. Foto Arquivo
Manhiça (Moçambique), 20 Abr (AIM) – A Associação dos Deficientes de Moçambique (ADEMO), a nível do distrito da Manhiça, na província meridional de Maputo, apela aos órgãos de administração eleitoral a incluir a pessoa com deficiência no processo de recenseamento eleitoral.
O apelo é do presidente da agremiação, naquele distrito, Gimo Manuel, em entrevista a AIM, após o lançamento oficial do processo, que irá decorrer de 20 de Abril a 3 de Junho do ano corrente.
A fonte exorta aos técnicos da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) a garantir a participação efectiva de todos deficientes, com idade igual ou superior a 18 anos.
“Queremos lembrar a CNE e o STAE que todos temos os mesmos direitos e os mesmos deveres. Que não haja descriminação durante o recenseamento, se isso acontecer, a pessoa com deficiência vai se sentir privada da exercer o seu dever cívico. Queremos participar de forma activa no processo”, disse Manuel.
“Temos membros que não estão em condições de chegar aos postos de recenseamento devido a problemas de locomoção. Gostaríamos que os órgãos de administração eleitoral olhassem para este pormenor e aproximar os serviços para que as pessoas com deficiência também se sintam valorizadas”, acrescentou.
Recentemente, o Fórum das Associações Moçambicanas de Pessoas com Deficiência (FAMOD) acusou a CNE de excluir as pessoas com deficiência dos pleitos que se avizinham.
Para o FAMOD, os órgãos que cuidam das eleições pecam por entrar em contacto com a agremiação quando os pleitos eleitorais já estão a porta.
Num outro desenvolvimento, a fonte pediu apoio ao governo, sociedade e civil, parceiros de cooperação, empresários, entre outros, para a construção de uma sede de raiz e alocação de uma viatura para mobilidade dos associados.
“O nosso maior constrangimento é a falta de meios de transporte para chegar as zonas mais distantes e a falta de um escritório fixo para a realização das actividades. Temos um terreno que edilidade nos atribuiu, mas dista a 30 quilómetros da vila municipal. Por isso, pedimos a ajuda dos empresários, governo a outras forças vivas da sociedade para o início desta empreitada”, afirmou.
A ADEMO é uma organização que luta pela inclusão da pessoa com deficiência na sociedade e congrega 450 membros, residentes nos seis postos administrativos daquele distrito.
Refira-se que o Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu o lançamento do recenseamento eleitoral, um acto que vai culminar com a realização das VI eleições autárquicas, marcadas para 11 de Outubro próximo.
(AIM)
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