Maputo, 22 Abr (AIM) – O ambientalista Carlos Serra aponta a erosão costeira e urbana, perda da biodiversidade da flora e fauna, poluição do mar, rios e solos como sendo alguns dos problemas ambientais que Moçambique enfrenta.
Serra, que também é director-geral da Cooperativa de Educação Ambiental “Repensar”, afirma que aos problemas referidos acresce a perda do verde nas cidades, declínio dos ecossistemas nas zonas urbanas e requalificação dos bairros.
O ambientalista deixou o alerta hoje, em Maputo, durante uma campanha de limpeza na praia da Costa do Sol que juntou várias entidades no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Terra que hoje (22) se assinala na escala global sob o lema “juntos podemos investir no nosso planeta”.
No presente ano, a efeméride, comemorada em 190 países, destaca a importância de dedicar tempo, recursos e energia para resolver a questão das mudanças climáticas e outros problemas ambientais.
Serra defende que as autoridades moçambicanas deveriam também dedicar uma atenção especial à protecção costeira.
“A nível do município de Maputo há uma vantagem porque temos uma postura que permite isso, mas temos dificuldades de manutenção”, disse. Explicou que poderia ser atribuído um espaço ao concessionário que seria apenas autorizado a construir infra-estruturas em madeira e removíeis, bem como garantir a limpeza permanente da praia compatível com a sua actividade.
Referiu que esta é uma prática comum noutros países, e Moçambique também poderia adoptar o mesmo modelo.
“É assim lá fora, aqui também pode ser. Estamos a demorar muito é difícil o município cobrir todo isto com detalhes, pois estamos a falar de oito quilómetros de praia sem contar com as praias da Ka Tembe, Inhaca e Xefina”, disse.
Serra afirma que o ambiente ganhou mais admiradores e apaixonados, citando como exemplo de um caso de sucesso a cidade de Pemba, capital da província nortenha de Cabo Delgado.
“Gostaria de sublinhar que estou muito feliz com a entrega de corpo e alma de muitas pessoas pertencentes ao distrito, província, as Organizações da Sociedade Civil, academia, para responder o que é já um grande problema que é a poluição costeira, marinha na cidade de Pemba.
“Isso deve-se a duplicação da população em poucos anos devido ao contexto da insurgência e instabilidade que a província no geral vive. Hoje temos o dobro da população e a cidade não está preparada para esta pressão”, disse.
Referiu que apesar de o problema não ter sido resolvido, verifica-se um esforço muito grande para garantir a protecção costeira. “Acho que começou algo que não vai voltar atrás, isto só pode melhorar”.
As cerimónias centrais tiveram lugar na comunidade de Bongani, distrito de Chonguene, província de Gaza e dirigidas pela governadora Margarida Mapandzene Chongo.
Na ocasião cerca de 10 mil residentes do distrito receberam igual número de títulos de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) de um total de 34.503 a ser entregues em todo o país em cerimónias igualmente orientadas pelos governadores provinciais.
A entrega de DUAT´s enquadra-se no quadro do programa “Terra Segura”, uma iniciativa do governo lançada em 2015 com o objectivo de garantir a posse da terra dos seus ocupantes desatracas da delimitação de quatro mil comunidades locais e regularização de cinco milhões de títulos a nível nacional.
(AIM)
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