
A Associação Casa Rosa, que actua no campo de advocacia de saúde e bem-estar para as mulheres que vivem com cancro de mama e do colo do útero em Moçambique, sensibiliza pacientes a saber lidar com a doença, numa altura em que os casos aumentam exponencialmente no país.
Falando na ocasião de uma conferência sobre o cancro realizada há dias, na cidade de Maputo, com objectivo de consolidar e estruturar todas as acções de combate ao cancro, que a organização tem levado a cabo desde a sua criação, a presidente da agremiação, Cátia Saraiva, falou dos resultados das acções em curso.
Referiu que, com o foco no presente das mulheres, a agremiação, junto com Associação Ola Vida, tem promovido o auto conhecimento e aceitação deste grupo de mulheres no seio da sociedade, ouvindo as suas preocupação e desejos, buscando soluções para ultrapassar constrangimentos, tendo em conta que esse grupo de mulheres são submetidas a um tipo de tratamento com efeitos emocionais e agravado pelo preconceito.
“Fazemos as mulheres acreditarem que são capazes de lutar contra a patologia e alcançarem a cura”, disse a Cátia Saraiva, falando a imprensa.
De acordo com a fonte, a incidência de cancro em Moçambique segue o padrão esperado em função dos desafios enfrentados, num contexto de uma taxa baixa de rastreio tanto do cancro da mama, como do colo do útero, combinado com a ausência de implementação métodos preventivos pelas autoridades de saúde.
“A prevenção, o rastreio, o diagnóstico precoce, o tratamento e os cuidados paliativos são componentes importantes, mas infelizmente a maior parte das mulheres com cancro chegam as unidades hospitalares em estado grave”, salientou a fonte.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, os cancros mais frequentes entre as mulheres em Moçambique são o cancro do colo do útero (31%), seguido do cancro da mama (10%) e do sarcoma de Kaposi (7%). Nos homens, são o sarcoma de Kaposi (16%), o cancro da próstata (16%) e do fígado (11%).
Tendo em conta a transição epidemiológica, o Cancro em Moçambique é considerado um problema de saúde pública e que se agrava com o aumento da esperança de vida dos moçambicanos e a adopção de estilos de vida não saudáveis como a inactividade física, consumo excessivo do álcool e do tabaco.