Nampula (Moçambique), 25 Abr (AIM) – O maior círculo eleitoral de Moçambique, a província nortenha de Nampula, tem cidadãos agastados pela morosidade que se regista no recenseamento em curso rumo ao pleito de 11 de Outubro próximo.
Na cidade de Nampula, a capital da província com mesmo nome, que deverá recensear 484.174 potenciais eleitores, o processo chega a durar até três dias num complicado esquema que inclui listas, senhas e, depois disso, conseguir, com alguma probabilidade, o almejado cartão de eleitor.
O maior círculo eleitoral de Moçambique entra com oito autarquias, das 65 que vão disputar as sextas eleições municipais.
Num posto de recenseamento escalado pela AIM na zona de cimento, na autarquia de Nampula, até segunda-feira (24) estavam a ser recenseados cidadãos que compareceram no primeiro dia do processo (20 de Abril) e que posteriormente receberam senhas e incorporados numa lista.
A AIM ouviu alguns cidadãos cujas queixas tem um denominador comum: “morosidade no atendimento.”
“Recebi a minha senha há dois dias. Hoje vim saber se será possível recensear. O que se passa lá dentro não sei, ninguém diz nada. Só fazem a lista, entregam a senha e mandam voltar dia seguinte,” lamentou a cidadã Halima Abdul, de 40 anos de idade.
No interior da sala onde se procedia o recenseamento, Luís Mário, um idoso de 77 anos, indignado, reclamava do contraste entre o atendimento e o que é propalado na campanha de mobilização.
“Sou um idoso, hoje é o terceiro dia a vir aqui e dizem que ainda estão a atender pessoas do dia 20 [primeiro dia do recenseamento]. Não compreendo o que se passa, na campanha pedem para que ninguém perca esta oportunidade, mas enfim …,” desabafou.
Neste posto de recenseamento, à semelhança de mais três visitados pela AIM, os brigadistas, além de organizarem as listas e distribuírem senhas para dias seguintes, cumprem com o preceito de atendimento prioritário para os doentes, idosos, mulheres grávidas e mães com bebé.
Sem querer ser identificada, elemento de uma brigada de recenseamento explicou a AIM que o problema centra-se na impressão do cartão.
“Tudo corre bem até a altura de imprimir o cartão. A demora verifica-se nesse passo e enquanto o documento não sai não é possível inserir dados de outra pessoa. Também, nestes primeiros dias, houve muita procura. Chegamos a atender, por dia, entre 70 e 85 cidadãos”, explicou.
Dados disponibilizados pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) referem que nas autarquias da província de Nampula irão trabalhar 1.113 brigadistas, distribuídos em 371 brigadas fixas e 71 móveis), 456 postos de recenseamento para um universo de 1.474.465 potenciais eleitores em todos os oito distritos municipalizados.
Trata-se dos dmunicípios de Nampula, Nacala, Angoche, Monapo, Malema, Ribáuè, Ilha de Moçambique e Mossuril.
(AIM)
RI/mz