Maputo, 26 Abr (AIM) – O contributo da indústria extractiva para o Interno Bruto (PIB) de Moçambique registou um crescimento significativo nos últimos anos, ao passar de 1,8 por cento para 10,6 por cento na última década., anunciou hoje, em Maputo, o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Esta subida é reflexo do desenvolvimento do projecto de carvão de Moatize, localizado na província de Tete, região centro de Moçambique.
Reflecte igualmente o desenvolvimento dos empreendimentos de areias pesadas localizadas no distrito de Moma, província nortenha de Nampula; Pebane, nas províncias Zambézia, zona centro do país e o projecto de Chibuto, na província meridional de Gaza.
“Reflecte também o desenvolvimento dos projectos de rubis e grafite, na província de Cabo Delgado, o [desenvolvimento] do empreendimento do projecto de gás natural de Inhassoro, na província de Inhambane”, disse Nyusi que falava hoje, em Maputo, na abertura da 9ª Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique (MMEC-sigla inglesa).
O evento, que decorre sob o lema: Utilizando os Recursos Naturais de Moçambique para o Desenvolvimento Económico Transnacional e Sustentável, conta com a participação de mais de 350 pessoas, incluindo delegados, oradores e demais convidados provenientes de cerca de 20 países do mundo inteiro.
Nyusi explica que o sector extractivo impacta primariamente sobre as exportações e nos efeitos sobre a rede de pequenas e médias empresas de fornecimento de bens e serviços.
No quadro transição energética, Moçambique começou, este ano, o fornecimento de grafite produzido em Balama para uma unidade industrial de baterias nos Estados Unidos da América, o que simboliza o alcance e a importância crescente dos minerais estratégicos para o futuro.
“Enquanto este modelo se evidencia como gerador de rendimentos, pelas exportações e pelo canal fiscal de tributação, evidencia que as operações industriais e processamento para a retenção do alto valor estão localizados fora do continente, facto que se assegura contrários às intenções de industrialização do país”, disse.
‘Gostaria que a conferência trabalhasse no sentido de que os investidores começassem a pensar em transformar tudo aqui, porque isso facilita e os custos hão-de ser menores de transporte e não só, vão dar a sua contribuição para empregar mais moçambicanos”, acrescenta.
Já a produção do Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), segundo o presidente da república, poderá cobrir cerca de 75 por cento das necessidades de consumo do mercado interno.
A presente edição conta, para além das empresas que actuam nas áreas de petróleo e energias, com a participação dos ministros das áreas de hidrocarboneto de Malawi, Tanzânia e Zimbabwe.
A MMEC 2023 conta ainda mais de 40 expositores nacionais e estrangeiros, que participarão no evento para expor os seus produtos e serviços ligados à indústria.
Durante o evento, os participantes irão abordar temas tais como Desafios do Sector Energético e o Caminho a Seguir pelos Países da Região Durante as Próximas Três Décadas; Iniciativas Estratégicas nos Sectores de Mineração e Energia para o Desenvolvimento das Capacidades Locais; Investimento Sustentável no Sector de Petróleo e Gás e os Desafios da Transição Energética entre outros.
(AIM)
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