Maputo, 25 Abr (AIM) – O governo moçambicano afirma que aguarda pela chegada, nas próximas 24 horas, de um grupo de 22 moçambicanos, que foram repatriados do Sudão, na sequência da eclosão de confrontos violentos naquele país do norte de Africa.
A situação dos estudantes no Sudão e as acções em curso para o seu repatriamento, foi um dos temas abordados durante a realização da 14ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, que teve lugar terça-feira (25) em Maputo.
“Os moçambicanos já saíram do Sudão e estão neste momento em território etíope, de onde se espera que partam e cheguem ao território nacional até o mais tardar no dia de amanhã [quarta-feira]”, disse o porta-voz do governo, Filimão Suaze, que falava no habitual briefing à imprensa, minutos após o término da sessão.
Suaze, que é igualmente vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, referiu que do total, estão 21 estudantes e um padre, que poderá chegar à Moçambique, mais tarde. .
Segundo Suaze, cinco cidadãos são provenientes da província de Cabo Delgado, igual número da vizinha província de Nampula. Quatro são da província central da Zambézia e igual número da província central de Sofala, e o mesmo número “são de Maputo”.
“Estão a ser criadas as condições para que todos eles possam ir ao seu destino final”, disse.
O Executivo está a acompanhar de “forma permanente” o movimento dos moçambicanos, incluindo todos os aspectos logísticos e de segurança.
Os moçambicanos foram levados de autocarro do Sudão para Addis Abeba.
Desde 15 de Abril, o Sudão regista confrontos entre o exército e um grupo paramilitar.
O balanço provisório dos confrontos aponta que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os violentos combates no Sudão opõem forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Os confrontos começaram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no Exército, parte do processo político para a democracia no Sudão, após o golpe de Estado de 2021.
(AIM)
Ac/sg