Maputo, 26 Abr (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, recomenda a operacionalização do Fundo Nacional de Educação Profissional, como forma de incrementar recursos àquele subsector de educação em Moçambique.
Para o efeito, a Secretaria de Estado de Ensino Técnico-Profissional (SEETP), deve garantir a criação das condições para o desempenho acentuado das funções regulatórias da Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP).
O Chefe do Estado falava durante a cerimónia de tomada de posse de Mety Gondola, como secretário de Estado de Ensino Técnico-Profissional, um evento que teve lugar hoje em Maputo.
Além da injecção financeira do Estado o Fundo contará com o apoio do empresariado, e, numa primeira fase, prevê a transformação de institutos de formação técnico-profissionais em Centros de Referência de Educação Profissional.
“Queremos ver a autonomia (financeira) que esses Centros têm […] devem ser acompanhados, disciplinarmente geridos e tecnicamente queremos que sejam um modelo para o país. Assim, exige-se que a Secretaria de Estado do Ensino Técnico-Profissional dê maior apoio”, afirmou.
Actualmente, existem em Moçambique um total de 233 instituições do ensino técnico profissional, sendo 73 públicas, 29 semi-públicos, e 131 privadas, frequentadas por, pelo menos, 89.422 alunos, dos quais 35.387 são homens, o que corresponde a 39,6 por cento; e 54.035 mulheres (60,4 por cento).
Maior parte das mulheres frequenta cursos tais como enfermagem, professorado, e apenas 18 por cento das mulheres é quem está no ramo industrial, nomeadamente, Ciências das Tecnologias, Engenharias e Matemáticas.
Por isso, Nyusi recomenda à SEETP a implementar medidas que possam inverter a baixa taxa da participação da rapariga nos cursos tradicionalmente frequentados por alunos do sexo masculino.
“Neste caso, pode-se dar pacotes no sentido de incentivar a mulher; e isso já iniciou, já divulgamos em ocasiões anteriores e gostaríamos que continuassem com esses incentivos de pacotes específicos para a rapariga”, disse.
No concernente a requalificação dos institutos de ensino técnico-profissional, apetrechamento de laboratórios e oficinas, está em curso o processo de transformação de seis institutos técnicos profissionais, criteriosamente seleccionados em todo o país, em Centros de Referência de Educação Profissional (PROCREF), implementando, assim, a iniciativa Presidencial lançada por Nyusi, em Setembro de 2021, na província nortenha de Nampula.
Os seis Institutos, entre os quais, o Industrial e Comercial da Matola (província meridional de Maputo), de Nampula; Agrário de Chimoio (em Manica); fazem parte de um programa pioneiro com que a iniciativa pretende revitalizar o ensino técnico-profissional, incorporando nele centros-modelo com inovações e melhoramentos nos aspectos de qualidade, relevância na formação e gestão escolar.
Por isso, segundo Nyusi, Gondola deve dar uma particular atenção à gestão dos seis centros.
“Vai gerir uma iniciativa presidencial que é o Programa de Centros de Referência […] queremos que estes centros sirvam de exemplo para outras instituições de educação profissional no que tange a gestão e a qualidade de formação e de outros serviços, aos seus beneficiários directos ou indirectos, nomeadamente os próprios formandos, os seus pais e encarregados de educação, a comunidade e o sector produtivo no geral”, vincou.
Nyusi recomendou ainda ao novo secretário de Estado do Ensino Técnico-Profissional a aproximar os cidadãos com uma experiência adquirida durante anos, mas sem nenhum contacto com metodologias científicas, aos institutos para a trocar de experiências com os formandos.
“Se há um soldador, um carpinteiro de mão cheia, por mais que não seja um PhD, um Mestrado, que não seja um engenheiro, e nada, mas, se ele faz bem, pode convidar para ensinar os jovens a fazerem trabalhos de qualidade”, disse.
Num breve contacto com a imprensa, Gondola afirmou que o mais importante é dar continuidade aos programas existentes no sector, para o bem do subsector de educação, rumo ao desenvolvimento do país.
“Vou seguir em frente e dar continuidade os programas que já estão desenhados e que já existem, porque vão trazer benefícios para os formandos, e consequentemente para o nosso país”, disse.
Antes da sua nomeação, Gondola ocupava o cargo secretário de Estado na província de Nampula.
Gondola substitui, no cargo, Agostinho Francisco Langa Júnior, exonerado em meados de Março último, que vinha desempenhando as funções desde Outubro de 2020.
(AIM)
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