Nampula, (Moçambique), 27 Abr (AIM) – O presidente da Comissão Provincial de Eleições (CPE), na nortenha província de Nampula, Daniel Ramos, reconheceu a ocorrência de problemas de operação em alguns postos de recenseamento eleitoral e denunciou a existência de partidos políticos que se dedicam a embaraçar o processo.
A denúncia foi feita, esta quinta-feira, durante uma conferência de imprensa, para apresentar o rescaldo do processo, que arrancou a 20 de Abril corrente, mas não citou nomes dos partidos em referência.
Segundo a fonte, há dirigentes partidários que frequentam os postos de recenseamento, onde já se encontram os seus fiscais e dedicam-se a criar confusões e obrigando os brigadistas a se distraírem da sua missão principal, que é a de recensear os cidadãos interessados.
“Queremos apelar a todos os partidos políticos para deixarem de ir aos postos de recenseamento. Os órgãos de administração eleitoral interagem com os partidos através dos respectivos mandatários e todos foram já credenciados. A tarefa de mandatário não é organizar filas ou discutir com brigadistas. Neste momento estamos a preparar um convite para os mandatários e dirigentes políticos para podermos trocar impressões sobre isso”, aconselhou.
O presidente da CPE de Nampula denunciou ainda a existência de fiscais de alguns partidos que têm feito um recenseamento paralelo, cujo propósito ainda não foi explicado.
Sobre os problemas com o equipamento, que têm sido amplamente reportados, Daniel Ramos especificou que em três locais, do distrito municipal de Nacala, foram detectadas máquinas cujos cartões são impressos sem assinatura.
“Referir também que existem pessoas que não sabem assinar. Infelizmente, esta situação tem sido aproveitada por alguns partidos políticos que aparecem a dizer que é algo propositado, que está a ser engendrada”, lamentou.
Apesar disso, apontou que desde o seu arranque, em Nampula, já foram recenseadas 24.800 pessoas, cerca de oito por cento do total previsto de 1.474. 465 potenciais eleitores.
Ramos, reconheceu avarias nos equipamentos e ainda dificuldades no seu manuseio por parte de brigadistas, situação que está a ser pontualmente corrigida.
Acrescentou que as equipas de supervisão irão, doravante, intensificar a sua actuação.
“Já recenseamos cerca de 24.800 pessoas, o que corresponde a oito por cento em toda a província, mas também temos alguns desafios e, por isso, vamos acelerar o processo de recenseamento e aumentar a supervisão principalmente nas cidades de Nampula e Nacala”, afirmou.
De uma forma geral, Ramos concluiu que o processo de recenseamento eleitoral em Nampula está no bom caminho e deverá melhorar proximamente.
“Temos o desafio de recensear as pessoas, reconhecemos as dificuldades que temos tido com os nossos brigadistas. Temos vindo a corrigir no terreno. Ainda estamos na primeira semana. Vamos superar as dificuldades que temos, erra só aquele que trabalha”, disse.
A província de Nampula é o maior círculo eleitoral de Moçambique e, para autárquicas que terão lugar em oito distritos municipalizados, projecta-se recensear 1.474.465 potenciais eleitores dos quais 484.174, só na capital.
Dados disponibilizados pelo STAE referem que, na província de Nampula, trabalham 1.113 brigadistas, distribuídos em 371 brigadas, (300 fixas e 71 móveis) e 456 postos de recenseamento.
(AIM)
RI(Rosa Inguane)/dt