Campanha de vacinação contra cólera abrange mais de dois milhões de pessoas
Maputo, 02 Mai (AIM) – A campanha de vacinação contra a cólera abrangeu, até ao presente momento, 2.488.551 pessoas nas províncias de Niassa, norte de Moçambique, Tete, Zambézia, Manica e Sofala, centro, e de Gaza, no sul.
A campanha iniciou a 30 de Março do ano em curso.
Os dados foram revelados esta terça-feira (02), em Maputo, pelo ministro da Saúde (MISAU), Armindo Tiago, por ocasião da cerimónia da Abertura Oficial da VIII reunião do Comité Directivo da Global Task Force on Cholera Control (GTFCC).
Segundo o ministro, para responder a actual epidemia, o MISAU, em colaboração com os seus parceiros, tem vindo a implementar diversas acções tais como o fortalecimento da vigilância epidemiológica, e expansão da capacidade de testagem laboratorial em todo país.
Tiago falou ainda de acções ligadas a implementação de uma abordagem diferenciada para o manejo correcto e rápido dos casos, mobilização e educação das comunidades para a adopção de medidas de prevenção e mobilização de vacinas para a implementação das campanhas de vacinação reactiva.
De acordo com o governante, a cólera é endémica em algumas regiões do país, com ocorrência cíclica de surtos.
No entanto, este padrão geograficamente localizado da doença tem vindo a mudar nos últimos meses.
Segundo o ministro, desde Setembro de 2022, Moçambique regista uma epidemia de grandes proporções que já se alastrou para 10 das 11 províncias do país tendo se registado um cumulativo de 29 mil casos e 127 óbitos, com uma taxa de letalidade de 0,4 porcento.
“Esta é a maior epidemia da doença ao longo dos últimos 20 anos, em Moçambique,” lamentou o ministro.
Apesar destes números, segundo a fonte, acções combinadas estão em curso o que já está a reflectir-se na melhoria da situação epidemiológica da doença nas últimas semanas.
A título de exemplo, explicou Tiago, o número semanal de casos reduziu de 5.106 para 870 na última semana epidemiológica.
No entanto, apesar da redução ainda não é o momento para o relaxamento das medidas de prevenção.
“Gostaria de deixar o alerta, ainda não é o momento de baixarmos a guarda, pois ainda permanecem importantes focos de transmissão em várias regiões do país,”sublinhou.
No encontro, de quatro dias, Moçambique terá o privilégio de aprender e partilhar experiências com outros países na adopção de uma resposta baseada em evidência científica, rápida implementação de um sistema de gestão de incidentes, rápida declaração pública dos surtos de cólera pelas autoridades de saúde provinciais e distritais, entre outras matérias.
Participam no evento mais de 70 especialistas internacionais na área de cólera, com objectivo de discutir, entre outros temas, a identificação de áreas prioritárias para as intervenções multissectoriais.
GTFCC é uma parceria estabelecida em 1992, envolvendo mais de 50 instituições que actuam em múltiplas áreas, incluindo organizações não governamentais, academias e agências das Nações Unidas (ONU) que servem como plataforma de apoio aos Estados na implementação de directrizes para o controlo e eliminação da cólera.
(AIM)
Leonel Ngwetsa (LW)/mz
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