Matola (Moçambique), 03 Mai (AIM) – A Associação de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), uma organização não governamental (ONG) que opera em Moçambique, capacitou, no ano passado, mais de cinco mil jovens oriundos dos distritos assolado por grupos terroristas na província de Cabo Delgado, extremo norte do país.
São jovens residentes nos distritos de Macomia, Muidumbe, Quissanga, Nangade e Mocímboa da Praia que beneficiaram de dois projectos, designadamente: Projecto de Agricultura para o Aumento de Renda, e Jovens na Construção da Paz.
Segundo oficial de programas daquela organização, Isaías Carlos, a formação teve lugar no distrito de Metuge, sul daquela província.
O acto, segundo a fonte, surge no âmbito do plano de Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (2021-2024), lançado pelo Presidente da República Filipe Nyusi.
“Depois da eclosão do conflito em Cabo Delgado, em 2017, a nossa preocupação foi intervir nesta parcela do país para reduzir os ataques terroristas. No leque das respostas elaboradas pela ADPP, lançamos dois projectos no âmbito da recuperação de Cabo Delgado”, disse Carlos, em entrevista a AIM.
“Estes projectos têm 46 clubes de agricultores e cada clube é composto por 50 membros, num total de 3.200 agricultores. Consta neste leque mais 1.800 jovens formados na Construção da Paz. No total foram formados cinco mil jovens”, frisou.
Com vista a responder a procura de mão-de-obra qualificada nos grandes projectos de exploração de hidrocarbonetos, naquela província, segundo a fonte, recentemente a ADPP graduou 144 jovens em matérias de empreendedorismo com objectivo de transferir competências profissionais em várias áreas do saber.
“O nosso objectivo é que, quando estes jovens voltarem para o norte de Cabo Delgado tenham competências vocacionais que lhes permita aproveitar as oportunidades que estão sendo criadas pelos grandes projectos de exploração de hidrocarbonetos”, explicou.
A ADPP tem mais de 60 projectos dos quais consta a Educação de Qualidade, Saúde e Bem-estar, Agricultura Sustentável e Meio Ambiente.
Parte destes projectos são implementados graças ao apoio do governo e dos parceiros de cooperação, tais como Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, (USAID), União Europeia (UE), Banco Mundial, Fundo Global de Luta Contra Sida, Tuberculose e Malária.
No ano passado, a agremiação investiu cerca de 36,2 milhões de dólares para execução de vários projectos humanitários, tendo beneficiado mais de seis milhões de pessoas, incluindo jovens, mulheres e crianças residentes nas cidades e zonas rurais do país.
(AIM)
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