Maputo, 05 Mai (AIM) – O governo nipónico comprometeu-se hoje a reforçar a cooperação económica com Moçambique através de investimentos nos sectores público e privado, particularmente em projectos de exploração de Gás Natural Liquefeito (LNG) e geração de energia renováveis.
“Queremos fortalecer a cooperação na área de energias, porque sabemos que Moçambique tem um grande potencial”, disse o Primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em conferência de imprensa havida na tarde desta quinta-feira, em Maputo.
Segundo o governante nipónico, que hoje concluiu uma visita de trabalho de dois dias, “Moçambique é um parceiro estratégico para a cooperação com os restantes países da África Austral, por causa do seu enorme potencial.”
Para o governante, os compromissos assumidos na 8ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD) constituem um indicador irrefutável de que o Japão pretende “crescer juntamente com os países africanos, incluindo Moçambique.”
“Na TICAD 8, havida no ano passado, comprometemo-nos em investir mais de 30 biliões de dólares no sector público e privado, ao longo dos próximos três anos, para oferecer o apoio máximo aos negócios africanos”, disse o Primeiro-ministro.
Kishida, que hoje concluiu uma digressão que o levou a escalar o Egipto, Gana, Quénia e Moçambique, disse que o Japão pretende, igualmente, ser uma ponte entre o G-7 (Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão), e os países africanos.
As declarações do governante surgem pelo facto deste país asiático assumir a presidência rotativa do G7 a partir do final de Maio corrente.
“Acredito que a diplomacia contínua pode estabelecer a prosperidade entre os nossos Estados”, disse o governante, anotando que o seu país, no seu plano de cooperação com Moçambique, vai reforçar o apoio nos sectores da saúde e educação.
O desenvolvimento do Porto de Nacala, afirmou o governante, também poderá beneficiar de investimento japonês, porque vai contribuir para o fortalecimento da conectividade na região da África Austral e, deste modo, impulsionar o crescimento da economia moçambicana.
Durante o evento, Kishida condenou a invasão da Rússia à Ucrânia, afirmando que “a causa da subida de alimentos e energia está associada à guerra naquele país europeu, embora há quem queira desinformar o mundo afirmando que a mesma subida reside nas sanções impostas pelo G-7.”
“Vamos trabalhar em conjunto para lidar com diversas questões internacionais, incluindo a invasão da Rússia à Ucrânia. Continuaremos a focar as atenções nos compromissos assumidos na TICAD 8”, sublinhou.
Na sua primeira visita oficial ao estrangeiro desde que tomou posse em Outubro de 2021 e, num contexto em que o Japão assume a presidência do G-7, Kishida promete apostar na manutenção do Estado de direito democrático através do diálogo.
“Queremos continuar a dialogar firmemente com África”, afirmou o Primeiro-Ministro, lamentando o facto de o Sudão estar mergulhado num conflito armado.
“No entanto, como presidente do G-7 e Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Japão vai contribuir para a pacificação do Sudão”, sublinhou.
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