Nampula, (Moçambique), 04 Mai (AIM) – A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) apresentou, quarta-feira, na nortenha cidade de Nampula, um programa para a redução de danos de HIV, para grupos de risco, como usuários de drogas.
Testemunharam a apresentação pública do programa, representantes do governo provincial, do judiciário, polícia e organizações da sociedade civil.
O director de Programas da FDC, Adelino Xerinda, disse, em conferência de imprensa, que estas actividades, viradas para as comunidades, já estão a ser implementadas em centros criados nas cidades de Maputo e Matola, no sul, e Beira, na província de Sofala, no centro do país.
Xerinda não forneceu detalhes sobre os valores que estão a ser gastos nesta actividade, para a qual, disse, conta com o apoio dos seus parceiros.
A fonte destacou que os centros comunitários servem como um mecanismo de reforço de algumas actividades comunitárias, bem como de descongestionamento das unidades sanitárias e provisão de serviços mais personalizados às pessoas que usam drogas.
“A actividade tem como objectivo obter a caracterização dos usuários e locais de aquisição e consumo de drogas. Fazemos esta advocacia porque o programa tem uma componente muito sensível, já que estamos a falar de usuários de drogas injectáveis que acabam por ser doentes crónicos. As intervenções que fazemos incluem sectores como Saúde, Justiça, Procuradoria, Polícia e outros intervenientes”, explicou.
Segundo Xerinda, a cidade de Nampula entrou para o grupo de locais do país onde se constatou existir um elevado consumo de drogas, inclusivamente nas escolas.
“A cidade de Nampula tem-se mostrado um grande local de consumo de drogas, o que já está a afectar as escolas. Começamos a ter adolescentes que já consomem a ‘cannabis’”, lamentou.
“Portanto, iremos trabalhar ao nível das escolas, com as autoridades do sector da Educação, para ver se conseguimos mudar o comportamento das pessoas e aquelas que já estão dependentes de droga, que sejam sensibilizados a fazerem o tratamento e terapia de substituição”, acrescentou.
Explicou que, em Nampula, existe um centro idêntico ao da Mafalala, (cidade de Maputo). “O nosso trabalho é aconselhar os usuários de drogas a fazerem testagem de HIV e outras doenças, porque são pessoas que estão muito expostas, e a probabilidade de se contaminarem entre si é maior.”
“Posso dar um exemplo, aqui em Nampula, nos últimos três meses, de 179 usuários testados, 13 tiveram resultado positivo, significa que entre 11 a 12 por cento, o que é um nível de positividade muito alto. Destes, conseguimos levar, de forma imediata, oito para o tratamento anti-retroviral em unidades sanitárias”, concluiu.
(AIM)
RI(Rosa Inguane)/dt