
Presidente de Mocambique Filipe Nyusi recebe Fumio Kishida Primeiro-Ministro da Japao. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 04 Mai (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje ao Primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, para interceder junto ao Grupo dos Sete países mais desenvolvidos do mundo (G7), no sentido de ajudar a travar a proliferação do terrorismo e guerras no continente africano, através de uma maior cooperação com a União Africana.
O pedido de Nyusi surge pelo facto de o Japão assumir em finais do Maio corrente a presidência rotativa do G7 que também integra a Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos de América e União Europeia. Esta organização está em melhores condições para influenciar as economias mais desenvolvidas a olharem com atenção para os conflitos existentes em África.
O estadista moçambicano formulou o pedido durante um encontro que manteve com o Primeiro-ministro japonês, que se encontra de visita de trabalho de dois dias a Moçambique, com agenda de estreitar a cooperação bilateral e incremento das relações económicas entre ambos países.
“Na conversa que mantive com o ministro Fumio Kishida, partilhei com ele a situação política, económica e social do país, a situação do terrorismo em Cabo Delgado e pedi para que, uma vez que o Japão vai presidir o G7 a partir do final de Maio, este órgão olhe para a situação da proliferação do terrorismo e guerras em África”, disse Nyusi.
Nyusi enfatizou a instabilidade e insegurança que se vive no Sahel, no centro de África, na zona austral do continente, bem como a recente situação de conflito no Sudão, que coloca o continente numa situação de insegurança, facto que exige uma actuação concertada e coordenada dos vários blocos regionais para restaurar a paz e segurança nas regiões afectadas pelos conflitos.
O Chefe do Estado considera que o encontro com Primeiro-ministro japonês foi frutífero, pois permitiu o reforço das relações de amizade e cooperação económica. Também é uma oportunidade impar para a expansão de investimentos do sector privado japonês, nas áreas de agricultura, energia, infra-estruturas, mineração e sociais.
Aproveitou a oportunidade para agradecer o governo do Japão pela parceria estratégica com Moçambique, tendo ressalvado a importância daquele país asiático na mitigação dos efeitos dos desastres naturais cíclicos de que o país é vítima.
Na sua intervenção, o Primeiro-ministro japonês, garantiu que ouviu atentamente as inquietações do Estado moçambicano, e manifestou a sua disponibilidade para trabalhar com o país tanto na qualidade de Membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem como um país que sofre a questão do terrorismo.
Assegurou que a sua deslocação a Moçambique e África também serviu para se inteirar sobre os últimos desenvolvimentos em África.
“Ouvimos os apelos e vamos levar para o G7. A nossa deslocação a África era perceber como os países pensam sobre como acabar com as guerras. Vamos levar para o G7 mensagens de unidade e contra agressões. Estamos atentos a situação do terrorismo e a situação actual do Sudão”, disse Fumio Kishida.
Em relação a cooperação económica com o país, o ministro nipónico vincou que a missão empresarial composta por 50 empresários do sector privado japonês que está em Maputo, visa explorar as janelas de oportunidades de negócios existentes em vários sectores da economia.
Fumio Kishida assumiu igualmente o compromisso de apoiar tecnicamente o país na gestão da dívida pública, que tem sido um grande calcanhar de Aquiles para o desenvolvimento.
O encontro entre Nyusi e Primeiro-ministro nipónico, marcou o fim de um périplo por quatro países africanos que serviu para reforçar os laços de cooperação, bem como partilhar a determinação de Tóquio no âmbito do G7.
(AIM)
PC/sg