
Maputo, 04 Mai (AIM) – As trocas comerciais entre Moçambique e o Reino Unido poderão atingir a cifra de 400 milhões de libras nos próximos anos, anunciou hoje (04), em Maputo, a Alta Comissária Britânica, Helen Lewis.
Com relação ao ano de 2022, o volume das trocas comerciais atingiu a marca de 220 milhões de libras, impulsionado pelas energias renováveis, agricultura e mineração, que empregam cerca de 400 mil trabalhadores.
“Esperamos que estas trocas comerciais possam duplicar nos próximos três anos. As empresas britânicas são alguns dos principais empregadores e contribuintes em Moçambique, com cerca de 400.000 moçambicanos só no sector agro-industrial’, disse Helen Lewis que falava durante o Fórum de Negócios Moçambique-Reino Unido, um evento que teve lugar na manhã desta quinta-feira (04), em Maputo.
A diplomata reconhece o enorme potencial energético que o país dispõe, afirmando que poderá transformar o país num dos maiores produtores do mundo.
Lewis revelou estar em curso em todo o país um projecto liderado pela Organização Holandesa para o Desenvolvimento (SNV), intitulado Brilho, que tem como objectivo garantir o acesso a energia a 1,8 milhões cidadãos.
Orçado em 24,6 milhões de libras, o projecto é financiado pela UKAID e pela ASDI e representa o compromisso do Reino Unido e da Suécia com a Campanha Energia África em Moçambique.
O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, que também participou no evento, destacou a importância do Reino Unido que, actualmente, ocupa a terceira posição na lista dos maiores parceiros de Moçambique na Europa.
“A capacidade competitiva do Reino Unido em termos de capital, tecnologia, experiencia e parceria que oferece faz dela um parceiro privilegiado de Moçambique, o terceiro maior da Europa a nível das nossas exportações razão que a sua tradição de investir tenha crescido nos últimos cinco anos com 45 projectos avaliados em 323 milhões de dólares”, disse.
Referiu que as exportações de Moçambique para este país europeu cresceram consideravelmente.
“Nos últimos cinco anos, a nossa balança comercial com o Reino Unido foi favorável para Moçambique tendo registado um crescimento assinalável a nível do total das exportações, situadas em 2.299,6 milhões dólares contra 567.4 milhões de dólares de importações. Ela ainda apresenta uma elasticidade e um enorme espaço para diversificação e crescimento equilibrado da nossa carteira de investimento e comércio” referiu.
Zacarias manifestou o seu apreço com os empresários e investidores do Reino Unido baseados em Moçambique que têm contribuído para o desenvolvimento económico e social do país através da criação de riqueza, geração de renda e emprego nas diferentes regiões do país.
Destacou que a localização estratégica de Moçambique deve ser encarada como um ponto de entrada para os investidores na região austral de África e no continente.
O ministro aproveitou a oportunidade para convidar os empresários britânicos a participar na Feira internacional de Maputo (FACIM), que constitui uma oportunidade impar para a exposição dos seus produtos bem como os produzidos em Moçambique.
Já a directora de Retalho e Banca de Negócios do Banco ABSA Moçambique, Martha Humbane anunciou a disponibilidade para financiar estratégias que ajudam a dinamizar a economia.
“Estamos preparados como banco para dar toda consultoria financeira, estamos também preparados como banco em consórcios e parcerias para podermos financiar uma estrutura elevada que precisa de financiamento, estamos com toda cadeia de valor disponíveis para dar todo apoio necessário para as empresas”, disse.
Sobre as oportunidades de financiamento apontou os sectores com elevado potencial para dinamizar a economia tais como óleo e gás, mineração, agricultura, energia, infra-estruturas, transportes e logística.
Moçambique vai participar em Abril de 2024 da Cimeira de Investimento África-Reino Unido, um evento que visa expor as principais potencialidades do Reino Unido e dos países africanos.
(AIM)
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