Maputo, 08 Mai (AIM) – A plataforma flutuante para a produção de gás natural liquefeito (FLNG), na Bacia do Rovuma, emprega mais de 100 moçambicanos, anunciou hoje o director-geral do empreendimento, Giorgio Vicini.
O empreendimento está instalado a cerca de 30 quilómetros do distrito de Palma, na província setentrional de Cabo Delgado.
Falando segunda-feira (08) em Maputo, durante o Fórum sobre Transição Energética e Industrialização, Vicini disse que o número constitui um sinal à parte da expressão que o governo de Moçambique transmite ao projecto.
“A presença dos moçambicanos é um grande sinal para a extensão do projecto FLNG, bem como para o desenvolvimento das comunidades”, afirmou.
Sobre a transição energética, Vicini ser de vital importância para o desenvolvimento do projecto flutuante, tendo acrescentado que planos podem ser desenhados com o suporte das comunidades locais, incluindo empresas moçambicanas e italianas que contribuem no processo.
“Este é o espírito do nosso Enrico Mattei [um combatente revolucionário italiano] que há tempos passados nos ensinou essa modalidade de operar lado a lado com as comunidades”, vincou.
Graças a atribuição de bolsas de estudo, segundo Vicini já foram formados para operarem no empreendimento especialistas moçambicanos que poderão transmitir o seu conhecimento aos outros moçambicanos, bem como a outros africanos com projectos similares.
Dados do governo moçambicano apontam que até agora, pelo menos 149 cidadãos foram formados e absorvidos em áreas tais como programas de professores juniores na Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição de ensino superior de Moçambique.
Mais de 60 moçambicanos estão contratados pela Eni Rovuma Basin, Mozambique Rovuma Venture, Coral Sul, SA e ExxonMobil, além dos actuais recursos humanos locais recrutados na Eni East Africa.
Os restantes formados estão contratados pela Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e pelo Instituto Nacional do Petróleo, e pela indústria local.
O FLNG tem como meta formar directamente, cerca de 800 moçambicanos até 2037, após 15 anos de operações.
As formações baseiam-se em dois pilares, sendo o primeiro em Petróleo e Gás, que será realizada com competências internas, em colaboração com universidades moçambicanas e internacionais, para atender as necessidades específicas do Projecto.
O segundo pilar centra-se numa formação vocacional, a ser realizada em cooperação com instituições moçambicanas de formação profissional.
Para materializar os planos de formação, a Eni desenhou três programas, nomeadamente, o de formar pelo menos 200 moçambicanos em Economia, Ciências de Saúde, Biologia, Engenharia Química, Tecnologia de Informação e Comunicação, e Direito nos assuntos relacionados com a indústria de recursos minerais.
A primeira fase do programa decorreu no período de 2012 a 2018 e formou 149 moçambicanos., e está em curso a segunda fase, interrompida devido a eclosão da pandemia da Covid-19 no mundo inteiro.
Organizado pela Câmara do Comércio Moçambique-Itália, participaram no Fórum, empresários moçambicanos e italianos sobretudo do ramo de petróleos e gás.
(AIM)
Ac/sg