Maputo, 09 Mai. (AIM) – A Comissão Nacional de Eleições em Moçambique (CNE) anunciou hoje a inscrição de 3.108.189 eleitores nos primeiros 17 dias do recenseamento eleitoral, cifra equivalente a 31,33 por cento da meta estabelecida.
Deste número, 1.662.783 são mulheres, ou seja 53,50 por cento, de um universo calculado em 9.921.625 potenciais eleitores, segundo as projecções do Instituto Nacional de Estatística.
O recenseamento eleitoral, que iniciou a 20 de Abril último estende-se até 03 de Junho próximo e vai culminar com realização das VI eleições autárquicas a terem lugar em todas as 65 autarquias do país, a 11 de Outubro de próximo.
Segundo a CNE, a província meridional de Gaza é a que regista o melhor desempenho com o recenseamento de 232,000 eleitores de um potencial de 517.020, cifra que corresponde a 44,87 por cento.
Já no outro extremo está a província de Niassa, norte do país, com 148.914 eleitores inscritos de um total de 690.254 potenciais eleitores, que corresponde a 21,89 por cento.
Falando em conferência de imprensa que tinha por objectivo fazer o balanço dos primeiros 17 dias do recenseamento eleitoral, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, explica que “ao analisar as médias de registos diários por semana nota-se uma subida na ordem de 1.134 registos, dado que na primeira semana a média de registos diários era de 180,911 e na segunda semana passou para 182,045 registos diários”.
O porta-voz esclarece que o número alcançado pode ser decorrente de um maior domínio das máquinas pelos brigadistas.
Nos primeiros 17 dias do processo de recenseamento eleitoral houve o registo de algumas anomalias, uma das quais constitui a falha na impressão de cartões de eleitor em cinco escolas do distrito de Gurúè, na província central da Zambézia.
Com objectivo de flexibilizar o registo eleitoral, os brigadistas acordaram com os fiscais dos partidos políticos prosseguir com o registo para posteriormente efectuar a impressão dos cartões no armazém do Secretariado técnico de administração Eleitoral (STAE), recorrendo-se para o efeito as impressoras operacionais de outras brigadas.
Da auscultação da Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia, e do STAE, disse Cuinica, concluiu-se que “não houve recenseamento de eleitores, mas sim a impressão de cartões PVC no armazém do STAE”.
Num outro caso ocorrido a 06 de Maio corrente, foram surpreendidos os senhores Charles João Amade, director distrital do STAE do Ribáuè, Mazarino Vieira, supervisor de uma brigada de Ribáuè Sede, António João digitadores de Quitelene, pelo vogal da Comissão Distrital de Eleições (CDE) de Ribáuè, Faruck Adelino, e o técnico do STAE distrital de Ribáuè, Francisco Nchacha, a fazer registo de eleitores em Lapala-sede, cerca das 21 horas [hora local] fora do horário normal e do local da brigada de recenseamento eleitoral.
Feita a denúncia, a Policia da República de Moçambique (PRM) elaborou um processo e recolheu o equipamento e as pessoas envolvidas e decorrem trâmites na Procuradoria distrital de Ribáuè.
Pela gravidade dos factos e ouvida a recomendação da Mesa da CPE, o director provincial do STAE de Nampula decidiu rescindir o contrato com efeitos imediatos do director distrital do STAE em Ribáuè e dois dos brigadistas envolvidos.
Outras irregularidades incluem o roubo de um Mobile ID na cidade de Maputo. Entretanto a PRM conseguiu recuperar o equipamento, bem como deteve cinco indivíduos em conexão com o caso.
(AIM)
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