Maputo, 09 de Mai (AIM) – Estatísticas do governo moçambicano apontam que a percentagem de pessoas que vivem com o HIV/SIDA e conhecem o seu estado serológico registou um aumento significativo, passando de 39 por cento em 2015 para 70 por cento em 2021.
O facto representa um avanço no que diz respeito ao alcance das metas (95-95-95) da ONUSIDA, que preconizam, 95 por cento dos seropositivos conheçam o seu sero estado, 95 por cento dos que conhecem o seu sero estado estejam em tratamento anti-retroviral e 95 por cento dos que estão em tratamento atingem a supressão viral.
A informação foi partilha hoje, em Maputo, pelo Primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, na abertura da 17ª Conferência Internacional de Pesquisa sobre Tratamento, Patogénese e Prevenção do HIV em Regiões com Escassez de Recursos, INTEREST-2023, evento que junta mais de 700 participantes oriundos de todos cantos do mundo.
“Em relação a Moçambique, os resultados do Inquérito Nacional sobre o Impacto do HIV-SIDA (INSIDA)-2021 demonstraram que o nosso país registou progressos assinaláveis entre 2015 e 2021. O número de pessoas que vivem com a doença e que conhecem o seu estado serológico, passou de 39 por cento em 2015 para 70 por cento em 2021”, disse Maleiane.
Segundo o governante, apesar dos avanços alcançados nos últimos anos no combate à doença no país, a prevalência do HIV ainda permanece elevada, representando uma das maiores causas de morte, daí a atenção especial dada pelas autoridades de saúde pública para o seu controlo.
Maleiane partilhou progressos consubstanciados no combate à doença a nível do continente africano, que, nos últimos anos, tem registado uma redução na ordem de 44 por cento em relação ao número de novas infecções e de 55 por cento em relação ao número de óbitos relacionadas com a doença.
Referiu que os dados são encorajadores, mas que o continente ainda tem um longo percurso, tendo em conta que, segundo os dados estatísticos da ONU-SIDA referentes a 2021, dos 38 milhões de pessoas que vivem com o HIV-SIDA em todo o mundo, cerca de 26 milhões estão na África Subsaariana.
“Este quadro demonstra que o HIV continua a representar um importante desafio de saúde pública ao nível global e no continente africano em particular”, vincou.
Na conferência, de três dias, serão apresentados cerca de 700 trabalhos científicos, dos quais 110 são de investigadores ou instituições científicas moçambicanas.
(AIM)
pc/dt