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Maputo, 10 Mai (AIM) – A situação financeira da empresa pública Moçambique Celular Tmcel) “é muito mais complexa comparativamente a companhia área de bandeira nacional (LAM) advertiu hoje (10) o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
O ministro explica que a Tmcel, a primeira operadora de telefonia móvel em Moçambique, perdeu capacidade de honrar os seus compromissos no mercado, em alguns casos o pagamento de salários dos seus cerca de 1.700 trabalhadores.
Como resultado, a empresa transporta uma dívida “global acumulada elevada de mais de 400 milhões de dólares com tendência a agravar-se”.
“A sua receita está em progressivo declínio, opera num ambiente altamente concorrencial, com uma reputação e percepção dos clientes sobre a marca a deteriorar-se, progressivamente,” disse Magala hoje (10), na Assembleia da República, o parlamento moçambicano, acrescentado que por isso, a empresa “está a perder rapidamente a sua quota de mercado.”
Ao nível tecnológico, acrescentou, “a Tmcel usa uma plataforma desactualizada e de vários fornecedores, levando à custos operacionais e de manutenção muito altos”.
“Quase todo o hardware e software não são mantidos como deve ser. Estão no fim da sua vida útil e sem qualquer suporte do fornecedor”, alertou.
Disse à plenária parlamentar que “tal como procedemos com a LAM, o ponto de partida foi encomendar uma avaliação detalhada para uma melhor intervenção.”
“O relatório também concluiu que a empresa tem grandes desafios que se não forem devidamente endereçados pode estar à beira de um caminho sem retorno. O colapso e insolvência”, advertiu.
O relatório apresentou várias sugestões de intervenção, “considerando que a mais aplicável seria encontrar um parceiro de capital social estratégico”.
Segundo o ministro, devia ser uma operadora multinacional de telecomunicações.
A viabilização, frisou o ministro, passa por vender um mínimo de 80 por cento das acções e o Governo assumir todas as dívidas e empréstimos da Tmcel reduzir a força de trabalho em 60 por cento.
Perante “a difícil realidade”, o Ministério dos Transportes e Comunicações e o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado) estão a criar um grupo consultivo de peritos internacionais para análises e recomendações apresentadas nos relatórios relacionados a Tmcel, incluindo o relatório do Banco Mundial.
Enquanto decorre este trabalho, “impõe-se uma intervenção imediata para minimizar as perdas e preparar a empresa para reformas mais estruturais.”
Para o efeito o governo criou um Conselho de Transformação da Tmcel.
(AIM)
Mz/sg