Maputo, 12 Mai (AIM) – A Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos (ANARME) deplora a circulação de medicamentos falsos ou de baixa qualidade no mercado moçambicano, pelo seu impacto negativo na confiança dos cidadãos no Sistema Nacional de Saúde (SNS).
A preocupação foi expressa pelo director nacional de Operações e Pesquisa Farmacêutica da ANARME, Alberto Chambe, quinta-feira (11) durante um seminário, em Maputo, sobre o combate à pirataria.
O evento foi promovido pela companhia Multichoice-Moçambique, que decorreu sob o lema “Combate a Pirataria – Formando Parcerias para Compreender o Contexto Local e Global”.
Chambe explica que a desconfiança ocorre quando o paciente ingere um medicamento e este não cura a doença de que padece.
“Quando o paciente toma o medicamento que não tem qualidade, como resultado, não consegue resolver o problema de saúde e, por isso, o paciente começa a perder confiança no sistema de saúde”, disse Chambe.
“Como resultado, acaba pensando que o sistema não consegue resolver o problema de saúde que padece”, acrescentou.
Adverte que algumas vezes os medicamentos falsificados ou de baixa qualidade aparecem com substancias tóxicas ou perigosas que podem perigar a saúde dos indivíduos e em alguns casos levar até a morte.
Segundo a fonte, o problema não se limita ao SNS, pois afecta todos os profissionais encarregados de providenciar assistência sanitária.
Para fazer face ao problema, o governo moçambicano tem vindo a desenhar estratégias que incluem a melhoria da legislação, estabelecimento de programas de vigilância do mercado, intensificação das inspecções, testagem pré-embarque a aplicação de penas gravosas e uso de tecnologias que permitem fazer rastreio e identificação de produtos da baixa qualidade.
Como forma de estancar o problema, Chambe afirma que urge melhorar ou expandir o laboratório de comprovação da qualidade para aumentar o leque de produtos que podem ser controlados a nível local, introduzir tecnologias de detecção e rastreio, intensificar a fiscalização.
Por sua vez, Agnelo Laice, Director Geral da Multichoice-Moçambique, afirma que a pirataria manifesta-se nas mais diversas áreas por isso, deve ser combatida.
“Hoje com o crescimento das Tecnologias de Informação e Comunicação a pirataria não se manifesta apenas na sua forma física, ela evoluiu para as plataformas digitais, por exemplo o streaming, downloads, são uma forma de pirataria corrente que [requer] outras formas de resposta e combate”, disse.
(AIM)
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