
Pessoa com deficiência
Maputo, 15 Mai (AIM) – O Fórum das Associações Moçambicanas das Pessoas com Deficiência (FAMOD) queixa-se da falta de condições de acesso aos postos de recenseamento eleitoral para os seus membros “o que viola o direito de votar”.
Por isso, o director executivo do FAMOD, Clodoaldo Castiano, propõe a revisão dos locais onde foram colocados alguns postos de recenseamento eleitoral em curso, no país, desde 20 de Abril passado.
“Não podemos dizer que as pessoas com deficiência têm o mesmo direito de participar na vida política do país, se continuamos a colocar postos de recenseamento em lugares como estes [locais onde é preciso galgar escadas para aceder] ”, disse.
Castiano falava esta segunda-feira (15), na cidade de Maputo, a capital do país, após presenciar o recenseamento de alguns membros do FAMOD, na escola Primária Completa 24 de Julho.
“Enquanto não nos dermos tempo de olhar para as pessoas com deficiência, este processo continuará a ser bastante discriminatório”, vincou.
A reclamação surge pelo facto de, na mesma escola, o posto de recenseamento eleitoral estar num local onde para se ter acesso deve ser através de escadas com mais de sete degraus, um obstáculo para pessoas com deficiência. Alguns deficientes, por exemplo, deslocam-se em carinhas de rodas, e outros com recurso aos próprios membros com deficiência motora aguda.
Sobre a inquietação, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, explicou que antes do início do processo eleitoral foram encorajadas todas as brigadas para se fixarem em sítios que permitissem acesso para todos.
“Então isso é um desvio de quem colocou a brigada lá. A brigada devia ser colocada não no primeiro andar ou num sítio onde haja muitas escadas, mas sim num sítio acessível”, defendeu.
Ajuntou que seja como for deve haver um sítio onde se possa colocar a brigada de modo que mais gente seja acolhida, independentemente da sua condição.
“Nós queremos apelar aos brigadistas, aos supervisores e aos directores distritais do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) para corrigir essa situação, de tal maneira que toda gente seja capaz de alcançar o posto de recenseamento eleitoral”, acrescentou.
Para além da Escola Primária Completa 24 de Julho, há também locais como a Escola Secundária Josina Machel onde para aceder ao posto de recenseamento é preciso escalar degraus.
(AIM)
SC /mz