Maputo, 15 de Mai (AIM) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) projecta um crescimento da economia moçambicana na ordem de oito por cento para o ano de 2024, fortemente influenciado pela exploração do gás natural liquefeito.
As boas perspectivas económicas irão proceder um crescimento de 4,5 por cento e 5,0 por cento registados em 2022 e 2023 respectivamente, superior a media regional de 3,5 por cento nos últimos dois anos.
A informação foi tornada pública hoje, em Maputo, pelo representante do FMI em Moçambique, Alexis Meyer, durante o Fórum Económico e Financeiro, evento que tinha por objectivo reflectir sobre as perspectivas de investimento e financiamento à economia.
“Para 2024 projectamos no nosso plano base um crescimento de oito por cento, influenciado pelo gás natural liquefeito que começou a fluir. Mesmo com os vários choques como desastres naturais que têm assolado ciclicamente o país, as boas perspectivas mantêm-se”, disse a fonte.
Segundo o FMI, as perspectivas para médio e longo prazo apontam para um crescimento do país mais elevado comparativamente a media regional e deverá atingir o pico em 2027 e 2028 com uma aceleração acima de 10 por cento.
O crescimento deve-se ao arranque da exploração do gás natural através do projecto Mozambique LNG da TotalEnergies e o desenvolvimento do projecto da ExxonMobil.
O FMI adverte que, por outro lado, as perspectivas de médio e longo prazo indicam que a economia poderá enfrentar desafios devido a elevada despesa pública. Por isso, exorta o governo para trabalhar no sentido de assegurar a sustentabilidade fiscal.
“Só uma política fiscal sustentável irá permitir que sejam atingidos bons níveis de crescimento”, disse.
Ainda no contexto das vulnerabilidades da economia moçambicana, Alexis Meyer, aponta a dívida pública que considera muito onerosa, pelo que urge consolidar as finanças públicas para alcançar a estabilidade.
A vice-ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, que participou no evento, reconheceu que nos últimos cinco anos a economia nacional esteve propensa a choques endógenos e exógenos devido aos desastres naturais, pandemia da Covid-19, terrorismo na província de Cabo Delgado e, recentemente o conflito entre a Rússia e Ucrânia.
Em linha com as perspectivas do FMI, a vice-ministra referiu que o crescimento económico para este ano foi revisto em alta reflectindo as novas perspectivas sobre a capacidade produtiva do projecto do gás natural Coral Sul.
“O crescimento económico em 2023 foi revisto em alta para sete por cento reflectindo as novas assumpções sobre a capacidade produtiva do Projecto de GNL – Coral Sul”, disse a governante.
Afirmou que, para manter a estabilidade económica, o Governo continuará a privilegiar um quadro de política fiscal prudente de consolidação fiscal, através da implementação do Pacote de Medidas de Aceleração Económica que inclui reformas fiscais e estímulo a economia bem como o desenvolvimento do sector privado.
(AIM) PC /sg