
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no lançamento da primeira pedra para a construção do monumento em homenagem Samora Machel, em Harare.
Maputo, 18 Mai (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defende a promoção do legado dos heróis nacionais, afirmando que os países africanos devem unir esforços para manter vivas as suas lealdades históricas e culturais em benefício das gerações vindouras.
Nyusi entende que as lutas de libertação dos países africanos devem servir de memória para que as actuais gerações e vindouras conheçam as suas origens e história.
Nyusi falava hoje (18), na capital zimbabweana, Harare, durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção de um monumento em homenagem a Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente.
O estadista moçambicano considera que homenagear Samora Machel é exaltar também a memória dos moçambicanos.
“Samora Machel assumia que a luta do povo do Zimbabwe pela sua liberdade era também a luta dos moçambicanos. Por isso, a vitória do Zimbabwe é a vitória de Moçambique, acima de tudo é a vitória de África e do internacionalismo militar. Homenagear Samora Machel também é exaltar a memória dos moçambicanos que combateram em solo zimbabweano, lado a lado com os seus irmãos para a libertação deste país”, disse Nyusi.
Acrescentou que “é exaltar igualmente os cidadãos zimbabweanos que combateram em Moçambique, defendendo a nossa soberania durante a guerra de agressão e destabilização, imposta pelos regimes racistas da Rodésia e do Apartheid”.
Na cerimónia, o Presidente moçambicano agradeceu ao Zimbabwe por acolher o projecto da União Africana para a construção de um Museu de Libertação de África, a ser erguido em Harare.
O governante moçambicano diz que o Museu de Libertação de África será o ponto de convergência da história de África.
“Esta é uma instituição que pertence a todos dos países africanos, e que visa ser guardião e o testemunho das lutas de libertação dos povos do nosso continente. O Museu de Libertação de África deverá ser o espelho e o reflexo da nossa história com muito sofrimento, resiliência, sacrifício, heroicidade e de vitórias contadas pelos próprios africanos”, avançou.
“O Museu de Libertação de África representa a mesma esperança com que os nossos antecessores resistiram contra a dominação colonial e desencadearam as lutas pela nossa libertação total e completa, com o fim de ganhar a independência nacional, a soberania e construirmos um futuro risonho para nós próprios e para as gerações vindouras”, vincou.
Já falando no Fórum de Negócios Moçambique-Zimbabwe, Nyusi reconheceu que ainda se regista uma certa lentidão no incremento das trocas comerciais entre ambos os países.
“Nada justifica que produtos disponíveis no Zimbabwe ou de Moçambique sejam superados por importações provenientes de geografias distantes e é neste sentido que apostamos em acções de melhoria de infra-estruturas que facilitem mais investimentos e mobilidade de bens e pessoas onde assim se destacam, os complexos ferro portuários”, admitiu.
No âmbito da visita de Estado de três dias, Nyusi orientou esta tarde um encontro com a comunidade moçambicana residente naquele país.
No primeiro dia da visita, os dois estadistas mantiveram conversações oficiais e passaram em revista a cooperação bilateral, apontando como prioridade as áreas da actuação o turismo, agricultura, infra-estruturas e energia.
(AIM)
FG/sg