Maputo, 18 Mai (AIM) – O Instituto Nacional da Marinha (INAMAR) reconhece a persistência, em Moçambique, de desigualdades de género e preconceitos ligados à maternidade e criação de condições a bordo para viabilizar a permanência das mulheres no mar.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INAMAR, Isaías Mondlane, que revelou o facto esta quinta-feira (18), em Maputo, por ocasião das festividades do Dia Internacional da Mulher Marítima, defendeu que um pensamento conjunto pode ser a solução para o problema.
“Estas e outras preocupações que ainda enfermam a vida da mulher nesta actividade devem ser pensadas em conjunto e serem encontradas soluções também conjuntas, que contribuam para o desenvolvimento da indústria marítima em Moçambique, na região, no continente e no mundo”, afirmou.
Mondlane também falou da necessidade da preparação da juventude por forma a “rejuvenescer” o sector marítimo.
“Entendemos que a incubação de jovens deve ser uma prioridade, privilegiando-se a formação, oportunidades de estágios e treinamento de mulheres e raparigas recém-formadas, como forma de rejuvenescer o sector e estimular o ingresso nos cursos ligados à área marítima”, anotou.
O PCA do INAMAR indicou que estas actividades devem ser desenvolvidas em colaboração com as instituições de formação, casos da Escola de Pesca, e da Escola Superior de Ciências Náuticas, no sentido de criar incentivos para a atracção de mulheres e raparigas.
A fonte apontou a disponibilização de bolsas de estudo e outros tipos de estímulos para mulheres que decidem formar-se na área marítima, como exemplos de acções que podem estimular as mulheres a abraçarem a área marítima.
Mondlane destacou a importância da participação da camada masculina nos processos de equidade de género.
“É importante envolver os homens para elevar a sua consciência sobre os desafios das mulheres e obter o seu apoio incondicional na criação e adopção de políticas inclusivas no sector marítimo”, referiu.
Para o INAMAR a equidade de género só pode ser alcançada com a realização regular de campanhas, seminários, redes sociais, entre outros meios “que procurem destacar a importância da diversidade no sector marítimo e o potencial de contribuição das mulheres”.
Celebrado em Moçambique desde 2021, o dia internacional da mulher marítima decorre, este ano, sob o lema “Mobilizando Redes para Igualdade de Género”.
As celebrações, que tem o momento mais alto esta quinta-feira (18), iniciaram a 15 de Maio em curso.
A data foi instituída pela Organização Marítima Internacional pelo reconhecimento e consideração do trabalho das mulheres marítimas.
(AIM)
CC/mz