
Maputo, 19 Mai (AIM) – O Grupo Banco Mundial (BM) disponibilizou 150 milhões de dólares para apoiar os esforços do governo moçambicano para a recuperação pós-ciclone “Freddy”, que em Fevereiro e Março último atingiu severamente as regiões centro e norte do país.
Deste montante 100 milhões são na forma de subvenções e 50 milhões em crédito bonificado.
O Banco Mundial explica em comunicado enviado hoje à AIM que 51 milhões serão investidos no sector dos transportes, agricultura (19 milhões), abastecimento de água e saneamento (26,1 milhões), gestão de recursos hídricos (08), educação (2,8 milhões), saúde (11,6 milhões), energia (17,7 milhões) e infra-estrutura urbana (13,3 milhões de dólares).
Refere que o valor visa apoiar a rápida restauração das infra-estruturas de transporte, bem como a prestação de serviços de educação, saúde, energia, abastecimento de água e saneamento, e a retoma da actividade agrícola em áreas rurais e municípios fortemente afectados em todo o país, incluindo das cidades de Maputo, Matola e Quelimane (Zambézia) e outras cidades-chave nas províncias de Inhambane, Tete, Niassa e Nampula.
O valor do BM, que vem sob a componente de contingência de resposta a emergências, surge à pedido do apoio do Ministério da Economia e Finanças para fazer face à emergência, que fez mais de 300 mortos e mais de 1,18 milhão de pessoas afectadas, de acordo com o Instituto Nacional de Gestão do Risco e do Desastres (INGD).
“A nossa prioridade é apoiar o governo a responder rapidamente a esta emergência e garantir que as pessoas afectadas possam recuperar o mais rapidamente possível”, observou o especialista em Gestão de Risco de Desastres do BM em Moçambique, Xavier Chavana.
“Estamos satisfeitos por disponibilizar este financiamento em tempo recorde, quando o país mais precisa”, acrescentou.
Os fundos são extraídos de projectos existentes do BM em Moçambique, e complementam a subvenção adicional de 300 milhões de dólares, aprovada em Abril último, pelo Banco Mundial, como parte de uma Janela de Resposta a Crises.
Destes 300 milhões de dólares, 125 milhões destinam-se a financiar estradas secundárias em Cabo Delgado, 50 milhões a apoiar melhorias no sistema de drenagem na cidade de Maputo, e 100 milhões de dólares para reforçar os sistemas de armazenamento de água em todo o país.
Ambas as subvenções seguem a Estimativa Global de Danos Pós-Desastre concluída em Abril pelo BM, que avaliou os danos do ciclone Freddy em mais de 1,53 mil milhões de dólares.
Desde 2019, o BM tem apoiado Moçambique na resposta aos choques climáticos, através de programas que incluem o de Gestão do Risco de Desastres, e o de Resiliência Por Resultados, este último financia directamente o Fundo de Gestão de Calamidades do governo, mediante verificação de resultados acordados, para garantir que os fundos sejam usados de maneira previsível, responsável e transparente.
“O Banco Mundial também apoiou o primeiro seguro de risco soberano para protecção contra ciclones e excesso de chuvas em Moçambique, cobrindo a época chuvosa de 2022/2023”, afirma o especialista sénior em Gestão de Risco de Desastres do BM em Moçambique, Lizardo Marulanda.
A apólice de seguro oferece cobertura para perdas máximas de 46 milhões de dólares em todo o país.
(AIM)
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