Maputo, 19 Mai (AIM) – A União Europeia (UE) revela que cerca de 80 por cento das exportações de Moçambique para zona euro continuam dominadas por recursos naturais e diferentes metais, factor que desafia o país a investir na diversificação dos produtos.
Apesar da tendência apontar para esse domínio do gás, carvão, alumínio e outros metais, a UE reconhece esforços nos últimos anos para o incremento da incorporação de produtos agrícolas e não só no cabaz das exportação para a União Europeia.
Os dados foram revelados hoje (19), em Maputo, pelo chefe do Departamento de Infra-estruturas, Investimentos e Sector Privado a nível da UE em Moçambique, Veerle Smet, falando durante a conferência Moz Export, iniciativa do Ministério da Industria e Comércio.
“Um número limitado de produtos dominam as exportações para a europa, nomeadamente, minerais, alumínio, carvão, gás, areias pesadas, etc. Mas também notamos que o país acrescentou mais 19 produtos no cabaz de exportações, onde as exportações agrícolas têm aumentando desde 2019”, disse a representante da UE.
A fonte encoraja o Governo a continuar com os seus esforços para diversificação e aumento das exportações, não só para ter uma balança comercial favorável, mas também no sentido de estimular a criação de emprego e crescimento económico.
Aponta a necessidade de provimento de informação às empresas exportadoras nacionais, sobre os mercados, destinos, os acordos comerciais que o país celebrou com a UE, como forma de garantir o crescimento das exportações.
Realça igualmente a necessidade de disponibilidade de crédito a curto e longo prazo, concretamente para as pequenas e medias empresas, tendo em conta que as restrições de créditos afiguram-se como uma barreira, esperando que esses obstáculos sejam removidos através da reforma legal no sector.
“As Pequenas e Médias Empresas constituem grande maioria das empresas em Moçambique, por isso que o crescimento do sector das exportações também vai passar pelas PME’s”, salientou.
Tendo em conta as exigências do mercado da zona euro, a fonte assegurou que estão a apoiar as empresas para cumprirem com as normas aplicadas aos produtos, uma vez que acedendo a qualidade exigida naquele mercado, os produtos moçambicanos estarão em condições de serem exportados para outros mercados globais.
“Temos uma parceria com Instituto de Normalização e Qualidade para ver se os produtos Mede In Moçambique tenham a qualidade exigida”, assegurou.
Por sua vez, a vice-ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, disse que o executivo está atento as oportunidades que a UE oferece no que concerne as exportações, assegurando que o país ratificou o protocolo comercial da SADC e acordo de parceria económica SADC-UE, que permite que os produtos certificados como originários de Moçambique acedam a zona euro livres de pagamentos aduaneiros e sem restrições quantitativas.
“Moçambique é signatário de vários acordos bilaterais e multilaterais do comércio, cujo objectivo é a promoção do comércio e investimentos. E nesta conferência Moz Export pretendemos aumentar e diversificar as exportações em mercados de referência”, disse a vice-ministra.
Refira-se que os 27 países membros da União Europeia tem um mercado de 450 milhões de consumidores que procuram melhores produtos, com uma política de comércio aberta aos países em desenvolvimento, onde Moçambique, na qualidade de membro da SADC, tem acordo de livre comércio e parceria económica, o que permite a exportação dos produtos nacionais com isenção de direitos aduaneiros.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/mz