
Maputo, 20 Mai (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi considera que Marcelino dos Santos foi o personagem central no processo da formação de uma consciência nacionalista, não só moçambicana, mas de uma negritude que então se sentia oprimida pela colonização global.
O elogio vem patente na página oficial do Facebook do Chefe de Estado moçambicano, numa mensagem por ocasião de 20 de Maio, data em que nasceu Marcelino dos Santos, falecido a 11 de Fevereiro de 2020, e que hoje completaria 94 anos de idade.
Segundo Nyusi, Marcelino dos Santos foi o “Primeiro dentre os primeiros patriotas”.
“Desde os primórdios dos movimentos nacionalistas africanos e não só, o seu inconformismo esteve presente em quase todas as frentes de luta, com destaque para a frente diplomática, onde o seu nome granjeou respeito em várias capitais do mundo”, escreve o estadista.
Na sua mensagem, Nyusi afirma que Kalungano (nome pelo Marcelino dos Santos era conhecido na qualidade de escritor), “não será a tua morte que vai condicionar a nossa sincera homenagem à tua trajectória de nacionalista convicto, praticante e difusor da necessidade de liberdade dos povos.”
“Não é a morte que vai nos usurpar o nosso direito de reconhecer o teu inestimável legado para a consciencialização dos moçambicanos sobre a necessidade da liberdade”, lê-se na mensagem.
Recorda que Marcelino dos Santos dedicou toda a sua juventude a criar bases sustentáveis que levaram à independência de Moçambique através da sua veia diplomática que carregou a sua mensagem ao mundo, com destaque para os seus notáveis discursos proferidos na então Organização da Unidade Africana (OUA), na Conferência de Solidariedade Afro-Asiática assim como nas Nações Unidas.
Destaca ainda que foi com a sua veia diplomática que em 1970 granjeou o reconhecimento do Papa ao ser recebido no Vaticano e ter das mãos do Sumo Pontífice um exemplar da encíclica papal “Populorum Progressio” sobre os problemas do mundo subdesenvolvido. “Era o sinal do reconhecimento da justeza da tua luta. Da nossa luta.”
“Hoje, seria o teu aniversário natalício, Kalungano! Mas não vamos chorar porque queremos celebrar a tua vida. Hoje celebramos a vida de um nacionalista convicto; de um poeta de liberdade; de um diplomata de consensos e de um dirigente focado nos problemas do povo, mas acima de tudo celebramos a vida de um homem de crenças inabaláveis”, sublinha Nyusi.
Segundo o Presidente da República, “não será a morte que vai nos limitar de dar a devida homenagem ao fio condutor que conecta todas as fases da história recente de Moçambique, cujo esplendor da sua passagem por ela faz brilhar a necessidade do patriotismo, sacrifício, foco e determinação para atingir objectivos supremos para o bem do povo.”
“Hoje te celebramos Kalungano porque abriste-nos este espaço para esta celebração através do teu sacrifício altruísta e desinteressado! Hoje celebramos a tua vida e não a tua morte, Kalungano”, conclui.
(AIM)
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