Maputo, 22 Mai (AIM) – A última base militar da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, que serviu de quartel-general durante a guerra civil dos 16 anos, deverá ser encerrada definitivamente na próxima semana, anunciou hoje (22) o Presidente da República, Filipe Nyusi.
O Presidente explicou que após o encerramento da base, que se situa na serra de Gorongosa, distrito com o mesmo nome, na província central de Sofala, segue o processo de pagamento das pensões aos antigos guerrilheiros da Renamo.
“Estamos na fase quase que conclusiva. Esta semana deverá começar o processo do fecho da última base, que é a de Gorongosa, para ver se dentro do próximo mês, mesmo até metade do mês, consigamos fazer o encerramento definitivo e começarmos a elaboração, ou criação de formação dos processos de pensões”, disse Nyusi, que falava numa conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita de trabalho de dois dias à Suíça.
Todos os guerrilheiros, acrescentou o Presidente, serão registados, e já está preparada uma equipa de técnicos para imediatamente proceder aos processos de pagamento das pensões que deverão ser visados pelo Tribunal Administrativo (TA).
O encerramento do quartel-general insere-se no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens armados da Renamo, previsto no Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado por Nyusi e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, em Agosto de 2019.
Em Março último, o Conselho de Ministros aprovou o pagamento de pensões aos antigos guerrilheiros, no qual os homens armados da Renamo, ou seus descendentes, vão também beneficiar de pensão de invalidez, de sobrevivência e de subsídio por morte.
O DDR de 5.221 combatentes da Renamo, sendo 257 mulheres e 4.964 homens, está em curso desde Julho de 2019, altura em que se procedeu ao registo do primeiro grupo de homens armados, em Gorongosa.
As actividades de DDR têm lugar em Centros de Acomodação (CA) especialmente concebidos para o efeito, onde os ex-guerrilheiros da Renamo passam por um processo abrangente de registo e sensibilização, que os ajuda a iniciar a sua transição para a vida civil.
Em Genebra, o estadista moçambicano participou domingo (21) e hoje, na 76ª Assembleia Mundial da Saúde, e no 75º aniversário da Organização Mundial da Saúde, que se realizou sob o lema “Água Limpa, Saneamento e Higiene em Instalações de Saúde”.
(AIM)
Ac/mz