
Maputo, 23 Mai (AIM) – A Associação dos Profissionais de Saúde em Moçambique (APSUSM) anunciou uma paralisação de actividades a partir de um de Junho próximo, com a duração de 25 dias prorrogáveis.
O presidente da APSUSM, Anselmo Muchave, disse que a paralisação resulta da falta “habitual” de medicamentos e equipamentos de protecção individual, como luvas de cano alto para maternidades, e materiais cirúrgicos invasivos, escassez de soro fisiológico em alguns hospitais, facto que obriga os pacientes a comprar esses produtos para procedimentos cirúrgicos.
Por isso, “os profissionais de saúde, reunidos em Assembleia Nacional, decidiram convocar uma greve nacional a partir do dia um de Junho de 2023, com a duração de 25 dias, prorrogáveis”, disse Muchave à imprensa na manhã desta terça-feira (23).
A falta de resposta às inquietações resultantes da implementação da Tabela Salarial Única (TSU) engrossa as causas que forçaram os profissionais da saúde a optarem pela greve.
Sobre esta matéria, a fonte explicou que a TSU tem sido uma prova de retrocesso em relação aos direitos conquistados pelos profissionais de saúde, já que foi proposta e implementada sem a devida participação dos principais beneficiários e afectados.
“Desde 2022, os profissionais de saúde lutam com o Ministério da Saúde para a aprovação de seu Estatuto. No entanto, o estatuto ainda está parado no gabinete do Excelentíssimo Ministro da Saúde sem nenhum progresso”, refere.
Entretanto, o presidente da APSUSM assegura que a greve não irá prejudicar a população pelo facto de só ser desencadeada por agentes e profissionais de saúde.
“Queremos deixar claro que para não prejudicar a população, somente as actividades dos agentes e profissionais de saúde, que são auxiliares de serviço, motoristas, enfermeiros básicos, médios, superiores e especialistas em saúde, técnicos básicos, médios e superiores especialistas e especializados filiados a associação, serão paralisadas”, assegurou Muchave.
Acrescentou que a outra classe [a dos médicos] irá garantir que os hospitais estejam em funcionamento pleno.
“Lamentamos profundamente chegar a esse ponto, mas não estamos em condições psicológicas, físicas e espirituais de continuar a fornecer o atendimento e os cuidados que vocês merecem”, afirmou.
(AIM)
SC/mz