Maputo, 23 Mai (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, reafirmou hoje o compromisso de Moçambique de continuar a dar o seu contributo para o alcance da paz e segurança no mundo inteiro.
Nyusi exprimiu o compromisso hoje durante o Debate de Alto Nível sobre a Protecção de Civis em Conflito, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, evento que teve lugar na cidade norte-americana de Nova Iorque.
Garantiu que durante no seu mandato Moçambique vai continuar a esforçar-se para acabar os conflitos que ceifam vidas humanas e destroem bens, bem como colocam os milhares de cidadãos indefesos em situação de vulnerabilidade.
Revelou que durante a semana em curso, o governo vai manter contactos com todos os actores que se esforçam para travar os ataques terroristas que, desde Outubro de 2017, continuam a ceifar a vida de pessoas inocentes em alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte do país.
Nyusi fez um rescaldo das operações das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) auxiliadas pelas forças ruandesas e pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês), tendo afirmado que estão a levar a bom porto a luta contra o terrorismo.
“Sabemos que é doloroso ter alguém a morrer por causa destes conflitos, e o mandato de Moçambique neste órgão é alcançar o equilíbrio entre a paz e as mudanças climáticas, através de soluções tecnológicas e humanas para responder a todos tipos de ameaças, sejam guerras, pandemias e todos os desastres que surjam de mudanças climáticas”, disse.
Tanto as FDS, bem como as forças ruandesas e a SAMIM, segundo o Chefe do Estado, priorizam a protecção de civis nas actividades de reconstrução, culturais e sociais.
Em Cabo Delgado, mais de 50 centros de reassentamento estão instalados para acomodar os civis que ainda não podem estar nas suas residências, bem como ser acolhidos em casa de familiares.
A sua chegada aos centros de acolhimento os recém-chegados passam por um processo de triagem para a assistência adequada.
Mesmo assim, mais de 300 mil pessoas já regressaram as zonas de origem.
Ao chegar nos centros de reassentamento, de acordo com Nyusi, “nós tomamos conta da sua saúde, e damos uma assistência adequada tanto quanto necessário”.
Explicou que em Moçambique os terroristas actuam a margem dos princípios do direito internacional humanitário sem o respeito pela vida e dignidade humana.
“No seu modus operandi os terroristas procuram infligir o maior sofrimento as suas vítimas como forma de ampliar o terror o medo no seio das populações.
Para forçarem a deslocação massiva das pessoas, os grupos terroristas instalam-se em áreas de maior produção agrícola e pesqueira privando as populações do acesso aos recursos indispensáveis e colocando em risco a segurança alimentar das populações.
Sublinhou que o governo, actualmente, enfrenta o desafio de implementar o plano de reconstrução de Cabo Delgado, orçado em mais de 300 milhões de dólares, dos quais já foi possível mobilizar cerca de 190 milhões de dólares.
Além da reconstrução das infra-estruturas destruídas pelos terroristas, o plano compreende a reposição dos serviços sociais, comunicações e fornecimento de energia eléctrica.
Moçambique tomou posse como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas em Janeiro último, tendo a mulher, paz, segurança e antiterrorismo como enfoque maior durante os próximos dois anos de seu mandato naquele órgão.
(AIM)
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