Maputo, 24 de Mai (AIM) – O Primeiro-Ministro (PM) moçambicano, Adriano Maleiane, considera que as projecções do crescimento da economia em torno de 10 por cento até 2030, serão fortemente impactados pelos projectos de exploração do Gás Natural Liquefeito (LNG, sigla em inglês), implantados na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte do país.
A curto e médio prazos, as projecções indicam que a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) nacional deverá situar-se acima de sete por cento, reflectindo a retoma gradual da economia, depois da contracção devido a vários choques em 2020 e 2021.
Maleiane falava hoje em Maputo, num encontro com estudantes universitários de várias instituições de ensino superior do país, que serviu para a partilha de perspectivas da evolução da economia nacional nos próximos anos.
“Em 2019, a economia cresceu 2,3 por cento. Em 2020, devido a pandemia da Covid-19, o crescimento retraiu para 1,3 por cento. Em 2022, a economia cresceu 4,2 por cento e, este ano prevê-se crescimento de 5,0 por cento. Para os próximos anos as projecções indicam para um crescimento de 7,87 até 10 por cento em 2030”, disse.
Segundo o PM, cerca de 78 por cento da economia moçambicana é financiada pelo investimento estrangeiro directo, o que significa que, há necessidade de robustecer o empresariado nacional, para assumir um papel mais activo no processo de desenvolvimento do país, como forma de proteger a economia de vários riscos conjunturais.
Maleiane, explicou a comunidade estudantil o funcionamento da economia moçambicana, assente numa Estratégia Nacional de Desenvolvimento Económico 2015-2035, na qual o principal objectivo passa por tornar à médio prazo, Moçambique num país de rendimento médio, competitivo, sustentável e inclusivo.
Explicou que, o governo pretende assegurar o desenvolvimento económico e social com base em políticas integradas e viradas para a produção de riqueza, promovendo uma viragem estrutural da economia, com diversificação da base produtiva.
“O objectivo central é adopção de uma economia mais diversificada e competitiva, intensificando os sectores produtivos com potencial para elevar a geração de renda e criação de mais oportunidades de emprego”, disse.
Realçou que, a prioridade do governo é o desenvolvimento do capital humano, através de formação de qualidade, como condição indispensável para os cidadãos contribuírem no processo do desenvolvimento do país.
Apontou a agricultura, indústria, turismo e o sector de infra-estruturas, como as áreas com elevado potencial para alavancar a economia. Adverte, porém, que ainda persistem desafios tais como a consolidação fiscal, a questão das fontes de financiamento, bem como, o que chamou de “dinâmica populacional”, para se referir ao crescimento demográfico acima da capacidade de resposta em termos de políticas.
“Aqui não estamos a dizer que a população não deve ter filhos, estamos a dizer que as raparigas devem priorizar ir a escola ao invés de casar e ter filhos cedo. O governo entendeu que empoderar a rapariga estará a criar uma estrutura sustentável para o desenvolvimento das famílias”, salientou.
Convidou aos estudantes a definir objectivos para suas vidas, exortando os mesmos a olharem para a agricultura como a base da economia moçambicana, apelando para que abracem projectos deste sector, que oferece inúmeras oportunidades em toda sua cadeia de valor, que nos próximos anos será ainda mais impactante com a materialização do Programa Nacional de Industrialização em curso.
(AIM)
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