
Maputo, 26 Mai (AIM) – O consórcio liderado pela Electricidade de França (EDF), que inclui as multinacionais TotalEnergies, Sumitomo Coorporation e a Kansai, foi indicado pelo governo moçambicano como parceiro preferencial para o desenvolvimento do projecto da hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa.
Como medida de precaução, o governo também indicou o consórcio liderado pela ETC Holdings, que inclui, a ZESCO Limited (companhia produtora e distribuidora de energia da Zâmbia), CECOT (subsidiária da Mota-Engil) e a PetroSA (uma subsidiária do Fundo Central de Energia, África do Sul), como concorrente de reserva para assegurar a execução do projecto no caso de constrangimentos com o principal.
“O Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), através do Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK) anuncia o consórcio liderado pela Electricidade de França (EDF)”, disse hoje, em Maputo, o chefe do gabinete de implementação do projecto, Eng. Carlos Yun.
O consórcio preferencial inclui a multinacional TotalEnergies, bem como as companhias japonesas Sumitomo Coorporation e Kansai, acrescentou o director do gabinete.
O próximo passo é a negociação do acordo de implementação do projecto, orçado em quatro biliões de dólares, observando os pressupostos no caderno de encargos, que deverá ser assinado em Julho próximo.
Yun referiu que, durante a fase de avaliação, o consórcio escolhido apresentou uma garantia de 10 milhões de dólares ao governo, e na fase que se segue deverá apresentar outra no valor de 15 milhões de dólares, como prova do seu comprometimento com o desenvolvimento do projecto, em linha com os requisitos de capacidade técnica, robustez financeira e experiência internacional.
Como aspectos fortes do consórcio, as multinacionais francesas Electricidade de França (EDF) e a petrolífera TotalEnergies, são apontadas como especialistas em energia hídrica, ao passo que, a Sumitomo Coorporation e Kansai, identificam-se como mobilizadores do investimento, dada a facilidade de fundos concessionários no Japão e a sua tecnologia, sobretudo na produção de turbinas, componentes chaves para a infra-estrutura.
A estrutura accionista do empreendimento é liderado pelo consórcio francês com 70 de capital social, Hidroeléctrica da Cahora Bassa (HCB) e a Electricidade de Moçambique (EDM), partilham os remanescentes 30 por cento.
O projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa inclui o desenvolvimento de uma barragem a fio de água, localizada a 61 quilómetros a jusante de Cahora Bassa, no Rio Zambeze, na província central de Tete.
Trata-se de uma central hidroeléctrica com capacidade instalada de produção de energia de até 1.500 Megawatts e uma linha de transporte de energia, em alta tensão, de Tete à Maputo, zona sul, de aproximadamente, 1.300 quilómetros.
A equipa que fez a avaliação pormenorizada às propostas técnicas, económicas e financeiras é um comité presidido pelo MIREME, que integra a Electricidade de Moçambique (EDM), Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Ministério da Economia e Finanças, Ministério da Terra e Ambiente, Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social e o Banco de Moçambique.
(AIM)
Paulino Checo (PC) /sg