Pemba (Moçambique), 30 Mai (AIM) – A companhia petrolífera francesa TotalEnergies afirma que as reservas de gás natural disponíveis na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique podem cobrir até 20 por cento do consumo global.
No entanto, para que as projecções se transformem em realidade, é necessário que o país consiga desenvolver todos os projectos em carteira.
O facto foi revelado, hoje, em Pemba, pelo director Executivo do projecto Mozambique LNG, da TotalEnergies, Maxime Rabiloud, durante a Cimeira de Indústria e Energia, evento de três dias em curso na cidade de Pemba, que serve de plataforma para debate sobre investimentos, oportunidades de negócios naquela província e que junta investidores, tomadores de decisões e formuladores de políticas.
“A nossa convicção é que o gás natural coloca Moçambique numa posição chave e o país deve tirar proveito disso numa altura de transição energética. Muitas vezes olhamos para os números e não sabemos o que significam, mas o gás do Rovuma coloca o país numa das primeiras posições como fornecedor de gás no mundo”, frisou.
Sobre a transição energética e o papel chave de Moçambique no processo, Rabiloud revelou que o país tem o potencial para integrar a lista dos 10 maiores produtores de gás natural liquefeito no mundo.
Disse que o país também ocupa uma posição única no mundo no que tange ao potencial para a produção de energias verdes, hídricas e solar, bem como a captação do CO2, mostrando abertura da TotalEnergies para apoiar o país a realizar este potencial.
Sobre o relatório da situação humanitária em Cabo Delgado, divulgado na semana passada, Rabiloud explica que a mensagem que pretende o documento transmitir é de uma relação baseada em compromisso de longo prazo com os moçambicanos.
“O que está escrito no relatório do consultor independente é o que a Mozambique LNG e a TotalEnergies pretendem, que é, passar a mensagem de um compromisso a longo prazo após a retoma do projecto”, disse Rabiloud, no primeiro comentário sobre o relatório da situação humanitária em Cabo Delgado, Zona norte, divulgado na semana passada.
A multinacional esclarece que, as recomendações vertidas no relatório sobre direitos humanos e plano de acção, criação de um fundo de 200 milhões de dólares para assistência as comunidades locais, visam incluir mais actores chaves na intervenção em Cabo Delgado, nomeadamente, parceiros de cooperação e sociedade civil.
“Queremos que haja uma entidade legal de tipo fundação para coordenar as operações”, acrescentou.
A TotalEnergies frisa que a criação do referido fundo não significa nenhuma exclusão das autoridades moçambicanas na execução de iniciativas sociais a nível local, mas sim a manutenção do compromisso económico e social, vincando que a estruturação da referida entidade será feita em coordenação com o governo.
“O funcionamento dessa entidade será sempre em coordenação com as autoridades moçambicanas. São acções que serão realizadas com a direcção do governo. O propósito é tornar o trabalho mais inclusivo abrangente”, disse.
A fonte refere que a relação entre a TotalEnergies e o governo é comprovado pelas acções em curso, nomeadamente a reabilitação da estrada em Palma e os projectos agrícolas para criar ligações entre iniciativas empresariais no sector agrícola nos distritos onde ocorrem os projectos.
(AIM)
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