Maputo, 30 Mai (AIM) – O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, afirma que Moçambique está disponível para trabalhar em conjunto com a África do Sul para resolver o problema da escassez de energia que afecta país vizinho.
Zacarias é citado em comunicado do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) enviado hoje à AIM, como tendo dito que “soluções a curto prazo” estão a ser envidadas para ultrapassar a problemática do deficit de energia, um dilema que se assiste na África do Sul.
“Vamos trabalhar e ver como contribuir para uma solução a curto prazo que responda as vossas necessidades” disse Zacarias, durante uma reunião de trabalho que manteve segunda-feira, em Maputo, com os ministros sul-africanos na Presidência para as áreas de Planeamento, Maropene Ramokgopa, e de Electricidade, Kgosientsho Ramokgopa.
O encontro tinha como agenda a busca de opções de fornecimento de energia que possa contribuir para a superação do défice energético que a África do Sul enfrenta nos últimos anos.
“Estamos certos que Moçambique e a África do Sul podem elevar o sector energético regional a um patamar superior, explorando o potencial energético e reforçando as infra-estruturas de interligação regional” acrescenta o governante moçambicano.
Por seu turno, Maropene sublinha que é desejo do seu país explorar o potencial energético existente em Moçambique, dada a demanda que se verifica nos últimos anos.
“Temos um défice de 6.000 MegaWatts de energia, e gostaríamos de explorar todas as opções que estejam ao alcance de Moçambique. Cada Megawatt que estiver disponível terá uma contribuição importante para reduzir o actual défice que tem afectado o nosso país e que tem estado na origem da actual situação de apagões programados ou não, afectando seriamente a nossa economia” diz Maropene.
As partes poderão voltar a se reunir em Junho próximo, para avaliar todas as possibilidades de cooperação no ramo de energia.
África do Sul é o principal comprador da capacidade instalada da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, localizada na província central de Tete, num contrato de compra de energia que vai até 2029.
Aquele país vizinho enfrenta uma crise energética sem precedentes e Moçambique, segundo o MIREME com os seus vastos recursos entre fontes renováveis, solar, hídrico, eólico, biomassa, e de gás natural, posiciona-se como solução para África do Sul.
Entre vários projectos em curso destaca-se a Central Térmica de Temane (CTT) que a partir de Janeiro de 2025, passará a produzir 450MW, com recurso ao gás natural de Pande e Temane, localizados na província meridional de Inhambane.
O projecto da CTT irá aumentar para 975 MW, a capacidade instalada de 2014 a 2024 e, tendo em conta o aumento da demanda em 260 MW no mesmo período, e com isso, Moçambique deverá contar com cerca de 700 MW de excedente, após atender as necessidades internas do país.
A médio e longo prazo afigura-se como solução a energia a ser produzida no âmbito do projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, que numa primeira fase terá uma capacidade instalada de até 1.500 MW, com potencial para mais 900 MW de expansão numa segunda fase.
(AIM)
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