
Maputo, 31 Mai (AIM) – O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunido hoje (31) em Maputo, decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25 por cento.
A taxa MIMO é o mecanismo através da qual o Banco central intervém no mercado interbancário.
O Banco explica que a decisão é sustentada pela prevalência de elevados riscos e incertezas associados às projecções de inflação, não obstante as perspectivas de uma inflação de um dígito no médio prazo.
Como medida para absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, que tem um potencial para gerar uma pressão inflacionária, o CPMO também decidiu aumentar os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 28,0% para 39,0%, e em moeda estrangeira de 28,5% para 39,5 por cento.
Entretanto, os riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação mantêm-se elevados. A nível interno, destaca-se a manutenção da pressão sobre a despesa pública, num contexto de fraca arrecadação de receitas, e as incertezas quanto à evolução do preço de bens administrados, sobretudo dos combustíveis líquidos.
Como era expectável, o Banco afirma que, na envolvente externa, realçam-se as incertezas quanto aos efeitos do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a dinâmica dos preços das mercadorias, bem como a volatilidade dos mercados financeiros.
Em Moçambique, o Banco considera que consolidam-se as perspectivas de uma inflação de um dígito no médio prazo. Aliás, isso está patente em Abril último onde a inflação anual reduziu para 9,6 por cento, que é o reflexo da redução dos preços dos bens alimentares no mercado internacional.
A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens administrados, também reduziu. Para o médio prazo, consolidam-se as perspectivas de inflação de um dígito, resultante do impacto das medidas que vêm sendo tomadas pelo CPMO, da manutenção da estabilidade cambial e da tendência de redução dos preços das mercadorias de importação no mercado internacional.
Mantêm-se as perspectivas de um crescimento económico moderado. No primeiro trimestre de 2023, o produto interno bruto (PIB) cresceu em 4,2%, a reflectir, essencialmente, o bom desempenho da indústria extractiva.
Para 2023 e 2024, antevê-se que a indústria extractiva continue a contribuir para a aceleração do crescimento do PIB. Excluindo os projectos de gás, perspectiva-se um crescimento económico moderado.
Já no que concerne a dívida pública interna, o Banco Central adverte que se regista um agravamento. O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 302,8 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 27,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2022.
Por isso, o CPMO vai continuar a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação, e garante que não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias.
(AIM)
sg