Maputo, 08 Jun (AIM) – Uma delegação do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) foi recebida hoje (08), em Maputo, pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tendo como agenda avaliar o ponto de situação da segurança alimentar no país e a abordagem nacional contra as mudanças climáticas.
A missão do MARP vai trabalhar com o Governo, sociedade civil e as academias moçambicanas, para ter uma fotografia geral sobre os esforços levados a cabo na erradicação da fome e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, sem descurar das acções em curso na promoção de políticas que conduzam a estabilidade política, económica e social.
Falando a imprensa a saída de um breve encontro com o estadista moçambicano, Lydia Mutende, responsável pelo acompanhamento do MARP em Moçambique, disse que “estamos aqui em Moçambique para iniciar o processo de monitoria e avaliação do cumprimento dos objectivos da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África”.
“Temos dois pontos na agenda que são a questão da segurança alimentar e mudanças climáticas. Vamos procurar conhecer a experiencia do país nestes dois aspectos essenciais”, disse a representante da missão.
De acordo com a fonte, o continente tem sido assolado ciclicamente pela escassez de alimentos e desastres naturais, sendo necessário perceber como é que países como Moçambique, exposto a esses fenómenos, têm adoptado mecanismos de resiliência.
Da parte moçambicana, a vice-ministra de Economia e Finanças, Carla Louveira, que participou do encontro entre a missão do MARP e o Chefe de Estado, disse a jornalistas que foram partilhados os avanços que o país tem vindo a notar no contexto das mudanças climáticas e segurança alimentar e nutricional.
“O Chefe de Estado partilhou uma série de medidas relacionadas a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e segurança alimentar. Foram abordados esforços que o governo, o sector privado, e a sociedade civil estão a implementar com vista a responder aos desafios”, disse a vice-ministra da Economia e Finanças.
A missão do MARP avalia o país numa altura em que as estimativas recentes do Governo moçambicano indicam que os desastres naturais que assolaram o país nos últimos 20 anos geraram perdas na ordem de 1.3 por cento do Produto Interno Bruto (BIB).
Os choques naturais mais devastadores na economia foram os ciclones, cheias, secas severas, incluindo a mais recente crise sanitária (Covid-19), que só em 2020 criou perdas na ordem de 3.6 por cento no crescimento económico previsto para aquele ano, para além da diminuição do emprego em 1.9 por cento.
Contribuiu igualmente para a contracção da economia durante o período em alusão, o terrorismo na província de Cabo Delgado, norte do país, que tem estado a aumentar as pressões fiscais, retardando o curso normal dos projectos de Gás Natural Liquefeito, bem como os efeitos nos sectores do comércio, alojamento e mineração.
(AIM)
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