
Secretário de Estado, Jaime Neto e Governador de Nampula, Manuel Rodrigues, visitam exposição de caju e derivados
Nampula, (Moçambique), 08 Jun (AIM) – O governo moçambicano insta o sector privado a ser mais participativo no fomento do caju, uma das principais culturas de rendimento do país, com foco na produção e distribuição de mudas, controlo de pragas e doenças.
Esta é uma das mensagens que o secretário de Estado, Jaime Neto, deixou na abertura da 1ª Reunião Nacional de Concertação dos Actores do Caju, um evento de dois dias, em curso na província de Nampula.
O encontro junta intervenientes da cadeia de valor do caju ocupa 1,4 milhão de produtores em todo o país. Refira-se que a província de Nampula contribui com mais da metade da produção global.
“O governo continuará a estimular a indústria, destino privilegiado da castanha comercializada no sector primário no país, devido a grande capacidade de gerar emprego e divisas”, disse Jaime Neto.
Afirmou ser urgente a modernização e financiamento da indústria de processamento, para que absorva mais produção e contribuir para a geração de emprego e melhorar a balança comercial do país.
Sendo estas as premissas para a concertação que se pretende Neto entende ser necessário fortalecer o diálogo entre actores e intervenientes desta indústria.
“É nossa expectativa que se alcance também os seguintes desideratos: desenvolver uma visão conjunta que responda aos interesses dos actores da cadeia de valor do caju; identificar as intervenções chave e prioritárias para fazer face aos desafios e aproveitar as oportunidades existentes”, afirmou.
O evento também visa “estabelecer o diálogo horizontal e vertical dos actores da cadeia de valor do caju, garantindo um debate transparente, equitativo e inclusivo; e preparar um roteiro para o desenho de políticas e estratégias público/privadas e de parceiros de desenvolvimento”.
Actualmente, afirmou o governante, regista-se uma produção crescente de castanha de caju, bem como de comercialização. O mesmo já não sucede com a capacidade processamento que continua ociosa por motivos conjunturais, incluindo baixa de preços no mercado internacional, resultado da retracção da economia mundial desencadeada pela guerra Rússia/Ucrânia que resulta em elevados custos de energia com destaque para os preços do petróleo.
“É notório também o crescimento do sector de processamento secundário de castanha, que tem agregado valor a este produto, satisfazendo o mercado interno de consumo de amêndoa e alimentado mercados de países vizinhos. Nesta área, temos o desafio de organizar melhor este segmento de produção, para que ele granjeie mais apoios e consiga melhores resultados”, detalhou.
Atenção especial deve ser dada, segundo o Secretário de Estado, as parcerias público-privadas de forma a contornar os problemas provocados pela queda do preço da castanha de caju no mercado internacional.
Já a gestora de projectos na delegação da União Europeia (UE) em Moçambique, Shaimin Vieira e representante dos parceiros de cooperação, disse ser notória a importância da produção da castanha de caju no país, pela sua capacidade de gerar empregos formais e renda para as famílias no meio rural.
“Um dos grandes desafios no momento é continuar engajado em procurar soluções viáveis, realistas, locais e concertadas, de forma a permitir que a castanha de caju moçambicana volte a ocupar um lugar de destaque no mercado nacional e internacional, de forma competitiva, mas também sustentável e resiliente”, afirmou.
A União Europeia através dos seus programas de apoio a Moçambique como o PROMOVE Agribiz tem contribuído para o desenvolvimento do sector do caju com várias acções.
AIM)
RI/sg