Maputo, 11 Jun (AIM) – O Governo moçambicano reconhece que a concentração da actividade económica, sobretudo na província e cidade de Maputo, ou mesmo nas capitais províncias, tem dificultado o processo de bancarização no país.
Contribui igualmente para o atraso do processo, o facto de a expansão geográfica dos bancos comerciais para certos distritos ser pouco atractiva devido a pouca rentabilidade, comprometendo os esforços do executivo para uma maior inclusão financeira.
“A penetração limitada de agências e agentes bancários fora das áreas urbanas devido, entre outros factores, a questões de viabilidade comercial e falta de infra-estruturas essenciais (estradas, electricidade, serviços de telecomunicações) contribuem para o atraso da bancarização”, disse a vice-ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, falando durante uma reflexão sobre as perspectivas de investimento e financiamento à economia.
Louveira partilhou dados sobre alguns indicadores de inclusão financeira que colocam a província de Inhambane, zona sul, como a que apresenta uma cobertura de pelo menos uma agência bancária em cada distrito, e as províncias de Cabo Delgado e Niassa (norte), Zambézia e Manica (centro), e Gaza (sul) como as que apresentam baixos níveis de cobertura de agências bancárias.
No que se refere a Moeda Electrónica, a fonte referiu que em 2022 o país passou a contar com cerca de 68,5 por cento da sua população adulta com uma conta de moeda electrónica aberta, contra 67,2 por cento em 2021.
“No que se refere a cobertura por tipo de pontos de acesso, o país conta com 99 por cento de cobertura por agentes não bancários e 93 por cento por POS, seguido por ATM com 81 por cento de cobertura, agências bancárias com 79 por cento e os agentes bancários com 71 por centro de cobertura”, disse.
Assegurou que, em 2022, observou-se aumento do número de transacções bancárias por mil adultos, ao se situar em 1.292 transacções por mil adultos, comparativamente a 980 transacções por mil adultos em 2021, resultado do aumento do uso de alguns dos canais para a realização de transacções de pagamento electrónico.
“As transacções de pagamentos de serviços cresceram em cerca de três pontos percentuais, em 2022, e as operações de depósito e levantamentos reduziram em um ponto percentual”, referiu.
Como desafios para o processo de inclusão financeira, a fonte aponta a falta de documentos de identificação por parte da população que integra os grupos de baixa renda, e beneficiários de programas de protecção social.
(AIM)
Paulino Checo (PC) /mz
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