Maputo, 15 Jun (AIM) – A comunidade internacional que apoia o processo de paz, em Moçambique, insta todos os actores a continuarem a tomar medidas concretas para a implementação do Acordo de Maputo na sua íntegra.
Numa Declaração Conjunta, os embaixadores e altos-comissários do Canadá, União Europeia, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Itália, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, na qualidade de actuais contribuintes para o Fundo do Processo de Paz e para as actividades associadas, comprometem-se a participar no processo “para alcançar uma paz sustentável para o futuro de todos os moçambicanos”.
A Declaração Conjunta foi emitida por ocasião da desmobilização, esta quinta-feira (15), dos últimos guerrilheiros da Renamo, hoje o maior partido da oposição, em Moçambique, e respectivo encerramento da última base, localizada em Vunduzi, distrito de Gorongosa, província central de Sofala, no âmbito da implementação do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
“Embora os antigos combatentes tenham iniciado a sua transição para a vida civil, o trabalho para a paz definitiva em Moçambique não termina aqui. Chegou o momento de dedicar maior atenção aos factores de uma paz sustentável, incluindo a reconciliação e a descentralização, e de promover a reintegração sócio-económica a longo prazo”, lê-se na Declaração, citada num comunicado de imprensa que AIM teve acesso.
Segundo os subscritores da Declaração, a inclusão, especialmente de mulheres e raparigas, e o respeito pela diversidade e direitos humanos são caminhos comprovados para a paz em todo o mundo.
“Uma sociedade em que todas as pessoas possam participar plena e significativamente em todas as facetas da vida social, económica e política será mais resistente, pacífica e justa. Isto inclui o trabalho fundamental das mulheres enquanto construtoras da paz, negociadoras, mediadoras e activistas”, destaca o Grupo Internacional de Doadores do Processo Nacional de Paz.
“O dia de hoje assinala um marco importante na jornada da paz definitiva no âmbito do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional em Moçambique. Com o encerramento da base de Vunduzi, na província de Sofala, e a desmobilização de todos os restantes antigos combatentes aí localizados, foi alcançado um marco fundamental do Acordo de Maputo”, realça o documento.
Como apoiantes de longa data do processo de paz nacional, o Grupo de Doadores felicita o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, “pela sua dedicação ao diálogo, à procura de soluções inovadoras para desafios complexos e ao avanço da plena implementação do Acordo de Maputo.”
“Os esforços envidados por ambas partes para assegurar a conclusão do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), apesar dos obstáculos acrescidos resultantes da pandemia da COVID-19 e da crise no Norte de Moçambique ora em curso, são um testemunho do desejo dos dois líderes de unificar o país alinhado com a Agenda da União Africana, 2063, para o ‘Silenciar das Armas’”, considera.
O Grupo reconhece que as realizações do processo de DDR não teriam sido alcançadas sem o apoio de inúmeros actores comprometidos com a paz, incluindo a Comissão de Assuntos Militares, os Grupos Técnicos Conjuntos, o Gabinete das Nações Unidas para os Serviços de Projectos, outros países doadores contribuintes (Holanda, Noruega), o Grupo de Contacto e o Secretariado para o Processo de Paz sob a liderança do Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique, Mirko Manzoni, e da Conselheira Política Sénior, Neha Sanghrajka.
Os doadores do Fundo felicitam e agradecem a todos os actores pelo seu empenho e determinação.
(AIM)
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