Nampula (Moçambique), 15 Jun (AIM) – Os pátios, muros, passeios e cercanias de escolas primarias e secundarias de Nampula, norte de Moçambique, foram invadidos por vendedores informais que exercem, livremente, negócios de venda de alimentos confeccionados, doces, e frutas principalmente laranja e manga verdes.
Os principais clientes são milhares de alunos, crianças e adolescentes, que todos os dias exigem dos seus educadores, em casa, moedas para comprar esses produtos.
A AIM fez uma ronda pela cidade, zonas urbana e suburbana, e constatou que não há qualquer distinção no negócio.
Os produtos ficam expostos no chão, sacos plásticos e em bacias e os preços são módicos, variam entre um e dez meticais a peça.
A situação pode ser vista na Escola Secundária “Marcelino dos Santos”, Comunidade Comunal de Namiepe, no emblemático bairro de Namicopo, o mais populoso do país, onde vendedores de todas idades, principalmente crianças e mulheres, abancam-se debaixo dos cajueiros e mangueiras dentro do pátio e convidam os seus clientes, os alunos.
Há de tudo, desde amendoim torrado, doce de côco com açúcar, bolinhos de trigo, badjias, sandes de ovo, ovo cozido, e fruta da época.
A fruta, a manga e laranja verdes com sal, muito longe da sua maturação, está sempre à disposição das crianças e adolescentes.
Na Escola Primária e Secundária de Maparra, também na periferia, localizada na Zona Militar, na sua parte frontal, está totalmente tomada pelos vendedores, incluindo os que vendem roupa usada e crédito e banca móvel.
Na Escola Secundária de Nampaco, em Namutequeliua, o mercado informal transferiu-se para o portão daquele estabelecimento escolar e, todo o cuidado é pouco, para quem lá se dirige de carro, pois corre o risco de embater nas bancas improvisadas ou atropelar os frequentadores do local que vivem numa contínua algazarra, perturbando o bom andamento das aulas.
A conhecida Escola Secundária de Nampula, a maior e mais antiga de toda a província, quiçá da zona norte, também não escapou aos comerciantes que ocupam todo o passeio adjacente onde existe um terminal de táxi-mota.
Não é surpresa ver na Escola Primária “07 de Abril”, no coração da cidade, a cinco metros da Catedral, e de outras instituições públicas e privadas, grupo de vendedoras que obstrui completamente o passeio e faz uma ala no portão com os seus produtos expostos no chão, especialmente os adorados pelas crianças, os “nick-nack”.
Maçanicas, goiaba e outros frutos de agrado das crianças, atraem os alunos da Escola Primária dos “Limoeiros”, empilhados na entrada e no passeio contrário e que, a cada oportunidade, atravessam a rua, despreocupados, numa corrida atrás das iguarias que inclui maheu doméstico.
O negócio foi incrementado durante o período de recenseamento eleitoral, pois os vendedores tiveram a “sorte” de verem os seus poisos, as escolas transformarem-se em postos.
Foram 45 dias de clientes ocasionais, os cidadãos que faziam filas de horas para se recensearem, e os fixos, os brigadistas.
Ocorre que a venda desses alimentos acontece num ambiente onde a higiene deixa muito a desejar, pois ficam expostos ao relento, além dos perigos também da ingestão de fruta verde.
(AIM)
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