Maputo, 16 Jun (AIM) – O Secretário Executivo da Comunidade de Desenvolvimento de África Austral (SADC), Elias Magosi, considera que urge aumentar a resiliência dos cidadãos e das economias regionais colectivas face às condições meteorológicas e eventos extremos, exacerbadas pelas alterações climáticas.
Magosi falava, esta sexta-feira, em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC), na abertura da Reunião dos Ministros Responsáveis pelas Infra-estruturas, Transportes, TIC, Informação e Meteorologia da SADC, realizada em formato virtual.
Segundo Magosi, o Sector da Meteorologia, através do Centro de Serviços Climáticos da SADC (CSC), que trabalha conjuntamente com os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais, continua a fornecer informações cruciais de alerta prévio sobre o tempo e o clima, com o objectivo de preparar os cidadãos e economias para catástrofes iminentes.
“A criação do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC (SHOC), em Moçambique, é uma resposta às frequentes catástrofes de origem hidrometeorológica”, disse.
Recordou que a variabilidade e as alterações climáticas continuam a afectar a região, tendo os recentes fenómenos meteorológicos extremos, como o ciclone tropical Freddy, que foi uma tempestade excepcionalmente longa, violenta e mortífera que atravessou o Sul do Oceano Índico durante mais de cinco semanas em Fevereiro e Março deste ano, causado a perda de mais de mil vidas e danos materiais em Madagáscar, Malawi, Moçambique, África do Sul e Zimbabwe.
“São de louvar os esforços dos Estados-Membros para reduzir os impactos de fenómenos meteorológicos e climáticos extremos através da iniciativa das Nações Unidas “Alerta Prévio para Todos” (para proteger vidas e meios de subsistência de impactos cada vez mais extremos das condições meteorológicas e das alterações climáticas), lançada em Setembro de 2022 em Moçambique”, disse.
Para a fonte, a interligação entre os vários sectores de infra-estruturas – Energia, TIC, Transportes, Águas Transfronteiriças e Meteorologia – e entre estes sectores e a saúde, a segurança alimentar e o ambiente não pode ser subestimada.
“É do nosso interesse, aquando da concepção de programas e projectos a nível dos Estados-Membros, dos Corredores, da Região e do Continente, adoptar uma abordagem deliberada de nexo para assegurar a adopção de abordagens de desenvolvimento holísticas e que se reforcem mutuamente, a fim de fazer face aos desafios socioeconómicos e políticos com que os nossos cidadãos se deparam.”
O Secretário Executivo da SADC defendeu a adopção, pelos países, de quadros institucionais e jurídicos assim como projectos e programas de desenvolvimento de infra-estruturas com vista à superação dos desafios enfrentados pelos Estados-Membros e pela Região.
“Existem muitas soluções, boas práticas e projectos-piloto inovadores que demonstram como abordar alguns dos nossos desafios”, disse.
No que diz respeito as TIC, Magosi disse que a Transformação Digital continua a ser vital e foi mais evidente durante a pandemia.
Explicou que, reconhecendo a importância crítica e o poder transformador das tecnologias digitais para o crescimento e o desenvolvimento socioe-conómico, a SADC elaborou um projecto de Estratégia de Transformação Digital da SADC (ETD da SADC) com o apoio da União Europeia, a ser submetido à aprovação dos Ministros.
“A ETD da SADC é transversal e abarca vários sectores, incluindo os das TIC, Agricultura, Educação, Saúde, Ciência, Tecnologia e Inovação, para mencionar apenas alguns”, afirmou.
Contudo, sublinhou que a Transformação Digital só pode ser realizada com êxito através do envolvimento, do empenho e do apoio de várias partes intervenientes.
“Estas intervenções, estratégias, políticas e regulamentos regionais permitir-nos-ão colmatar o fosso digital e garantir uma conectividade segura, acessível e universal aos cidadãos da SADC, independentemente da sua localização ou estatuto socioeconómico”, defendeu.
No entanto, alertou que, quanto mais cidadãos acedem à Internet, mais expostos estão as ameaças e riscos cibernéticos. “Para fazer face a esta situação, o Quadro Harmonizado de Cibersegurança da SADC está a ser revisto, tendo-se começado pela revisão e modernização das Leis Modelo da SADC de Protecção de Dados e de Combate ao Crime Cibernético, ao que se seguirá brevemente o Comércio Electrónico/as Transacções Electrónicas.”
Após a pandemia, de acordo com Magosi, o comércio electrónico, o comércio digital e a inclusão financeira de todos os cidadãos continuam a ser fundamentais e o sector postal deve continuar a desempenhar um papel crítico através da transformação digital postal para garantir a relevância e a diversidade a longo prazo.
“Todas estas iniciativas aprofundam e promovem a actividade empresarial e o investimento na Região da SADC, com ênfase particular nos sectores das Infra-estruturas – Energia, TIC, Transportes, Águas Transfronteiriças e Meteorologia”, frisou.
(AIM)
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