Maputo, 17 Jun (AIM) – A Organização da Mulher Moçambicana (OJM), um dos órgãos sociais da Frelimo, partido no poder em Moçambique, exorta as mulheres para exercerem uma maior vigilância para repelir ou denunciar quaisquer acções terroristas que, eventualmente, possam surgir no seio das comunidades.
A exortação foi proferida sexta-feira (16), na cidade na Matola, capital da província meridional de Maputo, pela secretária-geral da OMM, Mariazinha Niquice, durante a visita que efectuou ao Estabelecimento Penitenciário Especial para Mulheres, vulgo cadeia feminina.
“Pedimos as mães para agudizarmos a vigilância, pois o que está acontecer na zona norte (província de Cabo Delgado) é porque talvez falhamos nalguma parte, por isso apelamos para uma maior vigilância”, disse Niquice.
Desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado é alvo de ataques terroristas perpetrados por grupos extremistas. Os ataques já resultaram em mais de quatro mil mortes e perto de um milhão de deslocados internos, desencadeando uma crise humanitária.
Entretanto, nos últimos meses as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, apoiadas por um contingente militar da SADC e da Força de Defesa do Ruanda, conseguiram restaurar a autoridade a autoridade do Estado e tranquilidade que já permite o regresso gradual das populações afectadas às suas zonas de origem.
Niquice aproveitou a oportunidade para mobilizar as mulheres a estarem na vanguarda na prevenção e combate a cólera
“Quando andamos nas províncias, verificamos que ainda existem alguns focos de cólera. Por isso, estamos a sensibilizar as mães para mobilizarem as pessoas e continuarem com as medidas de prevenção contra a cólera mantendo a limpeza e higiene pessoal”, explicou.
Dados divulgados até finais do mês de Abril, no Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MISAU) indicavam que um total de 124 pessoas morreram e outras 18 537 foram internadas devido à cólera desde Setembro de 2022.
Dirigindo-se as reclusas, Niquice defendeu o envolvimento de todas em actividades produtivas de modo a facilitar sua reinserção social quando terminarem a pena.
Niquice entende que a formação destas mulheres pode contribuir em grande medida para a passagem de experiência nas comunidades.
“Certamente que as nossas irmãs ao saírem daqui terão uma boa recepção lá nas comunidades”, disse Niquice.
Referiu que após o término da sua sentença e reinserção na sociedade poderão transmitir as suas experiências positivas a outras pessoas.
“Esta cadeia para além de a pessoa vir por ter feito algo mal, está aqui para aprender e sair como mulher habilitada. Vimos o trabalho que estão a fazer, para além só de estar na cadeia saem, vão produzir e, por isso, saem daqui já formadas”, acrescentou.
A visita da SG enquadra-se nas comemorações do dia de Massacre de Mueda, do Metical e da Criança Africana, efemérides assinaladas esta sexta-feira.
Actualmente a cadeia feminina conta com 123 mulheres em situação de reclusão.
(AIM)
LW/sg