Maputo, 19 Jun (AIM) – O Instituto Nacional de Saúde (INS) precisa anualmente de pelo menos 900 mil dólares para a implementação de um sistema de vigilância de doenças em Moçambique.
A plataforma vai auxiliar a preparar melhor o país para melhor enfrenta futuras ameaças de saúde.
O director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, refere que são os desafios de saúde pública nacionais e globais que demonstraram a relevância deste instrumento.
“Os desafios globais e locais de saúde pública têm vindo a revelar de forma cada vez mais clara a importância, necessidade e urgência do estabelecimento de sistemas de vigilância inovadores, robustos, integrados e multidisciplinares, procurando captar não só informação sobre doenças, mas também eventos vitais e os seus determinantes de saúde”.
“Estes sistemas irão permitir a geração de evidência científica para auxiliar e orientar o processo de tomada de decisão em Saúde Pública, bem como para o processo de planificação em saúde e formulação políticas de saúde apropriadas”, disse Samo Gudo, à margem da Reunião sobre a Expansão e Adaptação de Vigilância de Saúde Pública.
Actualmente, o sector enfrenta vários desafios tais como a fragmentação dos sistemas de vigilância, duplicações e ineficiência nas operações de vigilância, disponibilidade limitada de dados sobre causas de mortes que sejam representativos e oportunos e limitada capacidade de inteligência epidemiológica para previsão e antecipação de doenças.
Por isso, as autoridades sanitárias consideram o sistema de vigilância de doenças como sendo uma das soluções mais viáveis.
Já a directora nacional para a Área de Inquéritos e Observação de Saúde no Instituto Nacional de Saúde, Ivalda Massicame, afirma que o valor é relativamente alto se comparado com a situação financeira do país, porém, diz ser um instrumento assertivo.
“Este sistema precisa no mínimo 900 mil dólares anualmente para que ele possa funcionar. São valores elevados para aquilo que é a condição do nosso país, mas quando comparamos com outras formas de acolhimento de informação que não são contínuas, que não trazem informação de forma atempada, é um investimento que vale a pena”, disse.
Em 2017 as autoridades introduziram no país o Sistema Comunitário de Observação em Saúde e de Eventos Vitais (SIS-COVE), anteriormente designado COMSA, que já publicou os primeiros relatórios anuais 2019 e 2020 sobre o perfil da mortalidade e as principais causas de morte em Moçambique.
Constam do mesmo documento que Moçambique transitou na última década de um país com perfil epidemiológico com predominância de doenças infecciosas para um país com tripla carga de doença, ou seja, com contribuição importante nas doenças infecciosas, das doenças crónicas não transmissíveis e trauma na mortalidade em todas as idades.
Os dados foram revelados na manhã de hoje na cidade de Maputo na Reunião sobre a Expansão e Adaptação de Vigilância de Saúde Pública promovida pelo INS e a Fundação Bill e Melinda Gates, um evento de quatro dias, que conta com a participação de 22 países.
(AIM)
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