Maputo, 19 Jun (AIM) – O governo da Espanha comprometeu-se hoje a desembolsar 150 mil euros para apoiar o combate às notícias falsas, vulgo “fake news”, durante o processo eleitoral em curso em Moçambique e que se estende até 2025.
O valor será canalizado através da Democracia-PNUD, uma plataforma instalada na sede da Comissão Nacional de Eleições (CNE) onde também funciona o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Maputo.
A plataforma, que visa garantir a realização de eleições credíveis, recebe financiamento proveniente de parceiros e de Organizações de Sociedade Civil (OSC).
O acordo de colaboração assinado hoje, em Maputo, pelo Embaixador da Espanha em Moçambique, Alberto Cerezo, e a representante residente interina do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) em Moçambique, Christy Ahenkora, foi testemunhado pelo presidente da CNE, dom Carlos Matsinhe.
Falando minutos após a assinatura, Matsinhe explicou que o apoio vai ajudar a suprir parte do défice orçamental da CNE, uma vez que cobre áreas importantes do processo eleitoral.
O valor doado hoje concorre para o desenvolvimento a nível nacional, de uma plataforma para a identificação de notícias falsas e desinformação nas redes sociais, algo que, segundo Matsinhe, “estamos todos conscientes de quão perigoso podem ser senão houver uma mitigação”.
O apoio do governo espanhol também vai capacitar os intervenientes eleitorais e incentivar a participação massiva dos eleitores, sobretudo os grupos vulneráveis, incluindo mulheres, jovens e pessoas com deficiência.
“Queremos agradecer a Embaixada da Espanha por esta doação; um gesto nobre de solidariedade e de amizade entre os povos de Espanha e Moçambique”, disse Matsinhe.
Por seu turno, Cerezo disse que o apoio é fundamental para aumentar a saúde da democracia moçambicana, sublinhando que vai incidir na prestação de cuidados especiais aos grupos por vezes marginalizados na sociedade, principalmente mulheres e pessoas com deficiência.
“Nós, na Embaixada da Espanha, somos representantes de um governo feminista, que se declara oficialmente feminista. Achamos que é muito importante e fundamental também desenvolver o papel das mulheres no processo eleitoral”, disse o diplomata espanhol, que espera que as eleições sejam transparentes, credíveis, livres e justas.
Já a representante residente interina do PNUD em Moçambique, disse que o dinheiro vai apoiar a capacitação dos intervenientes eleitorais, sensibilização do público, concorrendo assim no fortalecimento do sistema democrático no país.
Com esta parceria, os principais intervenientes eleitorais, incluindo CNE, STAE, Conselho Constitucional, Tribunal Supremo, Polícia da República de Moçambique, jornalistas e OSC, vão trabalhar em conjunto para reforçar as capacidades técnicas, contribuindo para a realização de livres, justas e transparentes.
“Eu acho que este é um óptimo primeiro passo porque não poderíamos achar a melhor maneira de transmitir uma mensagem desta assinatura; auguramos que o nosso engajamento vai ajudar a comissão eleitoral de Moçambique a lidar com as notícias falsas e pessoas vulneráveis”, disse Ahenkora.
Moçambique deverá realizar as VII eleições municipais a 11 de Outubro próximo.
(AIM)
Ac/sg