Maputo, 24 de Jun (AIM) – A capital moçambicana Maputo e arredores registam, nos últimos tempos, um elevado número de casos de fogo posto no interior dos contentores de lixo, uma prática que se tornou comum e que resulta, em muitos casos, na sua destruição.
Os casos de fogo posto são por acção humana voluntária ou acidental.
A AIM apurou que a maioria dos casos ocorre no interior dos contentores metálicos, embora com menos frequência, os de plástico.
Nos locais de maior concentração de pessoas na cidade e arredores de Maputo é possível ver mulheres confeccionando refeições ou assando maçarocas com recurso a fogões a carvão.
São precisamente estas mulheres que, no fim das suas actividades, depositam cinza quente ou carvão aceso no interior dos contentores de lixo que acaba incendiando outros resíduos.
Num breve contacto estabelecido com a reportagem da AIM, o director municipal de Ambiente e Salubridade na cidade de Maputo, Sérgio Manhique, disse que estão em curso campanhas de sensibilização dos munícipes para abandonarem estas práticas que geram prejuízos avultados à edilidade para a reposição do equipamento destruído.
“Estamos a sensibilizar as pessoas para evitarem estas práticas nocivas. Em paralelo, abrimos nos concursos espaço para as empresas contratadas para a recolha de lixo apagarem o fogo sempre que forem notificadas”, disse.
Segundo Manhique, os incêndios são mais frequentes no inverno, e são promovidos pelos moradores de rua durante a noite. Isso deve-se a proximidade das fogueiras dos contentores de lixo. O fogo é para se protegerem do frio.
Apesar da persistência dos casos de incêndio, a direcção Municipal de Ambiente e Salubridade na cidade de Maputo afirma que se regista num ligeiro abrandamento comparativamente aos anos anteriores, quando os casos de fogo no interior de contentores eram reportados diariamente.
É natural pensar que os contentores de metal são mais viáveis comparativamente aos de plástico, face a sua maior resistência ao fogo. Manhique, porém, garante que isso não corresponde a verdade. Explica que os contentores metálicos são as principais vítimas do vandalismo para a extracção de seus componentes que depois são vendidos às sucatarias sem escrúpulos que compram como ferro velho.
“Acontece que o ferro tem o problema de ser roubado”, disse, explicando que uma das soluções menos onerosas é o uso de contentores plásticos”.
Segundo as autoridades municipais são recolhidas diariamente cerca de 1.200 na toneladas de lixo por dia.
(AIM)
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