Pemba (Moçambique), 26 Jun (AIM) – O ministro da defesa nacional, Cristóvão Chume, afirma que a defesa de Moçambique é um acto soberano, cuja missão é das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Esta foi a resposta do ministro quando questionado hoje, em Pemba, capital de Cabo Delgado, sobre o último relatório da TotalEnergies sobre a situação de segurança na península de Afungi, nesta província, onde a multinacional petrolífera francesa está a investir num projecto multibilionário para a extracção de gás natural liquefeito.
Chume, que falava em conferência de imprensa, que marcou o fim da sua visita ao Teatro Operacional Norte em Cabo Delgado para se inteirar da situação de segurança nesta província do norte de Moçambique, na companhia de um grupo de mais de 40 jornalistas nacionais e estrangeiros, disse que a TotalEnergies ainda não partilhou com o governo moçambicano o teor do referido documento.
Entretanto, afirma que avaliando pelas informações que o governo teve acesso, pela imprensa e outras fontes, bem como através do contacto directo com a direcção da TotalEnergies, “a interpretação dada pelos media não é aquela que é real do relatório produzido pelo consultor daquela empresa”.
Segundo o ministro, o relatório refere apenas que a relação formal de apoio directo às FDS, no âmbito dos princípios de governação dessas empresas, Por isso, “a TotalEnergies está inibida de apoiar as Forças de Defesa e Segurança porque pode ser interpretada como estando a fazer parte do conflito”.
Aliás, afirma o ministro, nunca o Ruanda ou outro país pediu ao governo moçambicano para deixar de cumprir a missão de proteger as populações do distrito de Mocímboa da Praia e de Palma que vivem em Afungi, bem como os investimentos em ambos os distritos.
“Essa missão é’ soberana. É do governo de Moçambique, é das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique primariamente e, sempre que for requerido com o apoio de quem nós quisermos”.
“As empresas que estão aqui em Moçambique respeitam a soberania e os princípios da condução de segurança que está a ser feita em todos os locais da República de Moçambique e nunca sentimos pressão por parte de nenhuma companhia”, acrescentou..
“Nós é que decidimos como, onde e com quem fazer a segurança na República de Moçambique”, sublinhou
Sobre a visita, explicou que o governo decidiu levar a imprensa ao Teatro Operacional Norte para poderem constatar no terreno a situação de segurança, social e económica nas zonas outrora afectadas pelo terrorismo, bem como ouvir o sentimento que a população tem com relação a estabilidade.
Efectivamente, a imprensa teve a oportunidade de verificar que população está a regressar às suas zonas de origem.
Desde a sua eclosão em Outubro de 2017, os ataques terroristas já causaram a morte de mais de quatro mil pessoas e forçaram mais de um milhão a procurar abrigo em locais mais seguros.
As FDS conseguiram repor a autoridade do Estado graças ao apoio do contingente militar da Missão da SADC para Moçambique (SAMIM) e da Força de Defesa do Ruanda.
Refira-se que a restauração da segurança e o regresso das populacoes são algumas das condições impostas pela TotalEnergies para a retoma do seu projecto na península de Afungi, em Cabo Delgado.
(AIM)
Sg