Maputo, 02 Jul (AIM) – Os ataques terroristas que afectaram alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e os desastres naturais que nos últimos meses causaram danos enormes nas regiões centro e norte do país contribuíram para o não cumprimento de alguns direitos básicos das crianças.
O facto foi avançado pela Primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi, durante a cerimónia de abertura da IV sessão ordinária do Conselho Central da Organização dos Continuadores de Moçambique, acto que teve lugar este domingo, em Maputo.
“O terrorismo em Cabo Delgado agravou o sofrimento dos nossos concidadãos deslocados, vivendo em situação de vulnerabilidade, contribuindo deste modo para o não cumprimento de alguns direitos básicos consagrados a criança moçambicana”, disse Isaura Nyusi, que também é presidente da Organização dos Continuadores de Moçambique.
Um dos direitos fundamentais da criança, nomeadamente direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade; à convivência familiar e comunitária; à educação, à cultura, ao desporto e ao lazer; incluindo o direito à profissionalização e à protecção no trabalho, segundo Isaura Nyusi, não foram cumpridos.
Reconheceu, de seguida, as dificuldades travadas sobretudo pelas crianças, durante o ano de 2022, sublinhando a ocorrência de calamidades naturais, que abalaram a convivência normal.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, sigla em inglês) calcula que até meados de 2022, cerca de 350 mil crianças estavam em situação de deslocados, devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado.
Pelo que, a esposa do Presidente da República endereçou conforto e solidariedade a todos os cidadãos atingidos pelo terrorismo, incluindo fenómenos naturais, tendo de seguida reconhecido os esforços do governo na criação de condições para albergar as famílias em lugares seguros.
Isaura Nyusi mostrou convicção para projectar, durante a sessão, as melhores formas de a Organização prosseguir na mobilização das comunidades para melhor atendimento e defesa dos direitos da criança, tendo em conta as adversidades actuais.
“Estamos cientes que as reflexões que sairão desta sessão vão contribuir na nossa aptidão para conduzir a criança a uma educação baseada no amor à família e ao povo, dedicação aos estudos para servir a pátria, respeitando a cultura de trabalho, a prática do desporto”, disse.
A IV sessão termina hoje e conta com a participação de representantes das crianças de todo o país.
(AIM)
Ac/FF