Nampula (Moçambique), 03 Jul (AIM) – A reintrodução do ensino técnico básico e a expansão de escolas ou institutos médios que ofereçam cursos profissionalizantes é uma das recomendações de especialistas do ensino da zona norte de Moçambique.
As mesmas foram condensadas após encontros de reflexão sobre Educação de Qualidade, no país.
As conclusões da reflexão foram apresentadas por Herculano Nicorosse, durante o evento que reuniu, sexta-feira (30/06), em Nampula, norte do país, especialistas de educação desde o nível primário ao superior.
A reflexão foi feita em torno de pontos-chave relacionados aos subsistemas de Formação de Professores, e Técnico Profissional que constatou também a fraca participação da mulher nos cursos de engenharias.
Sugeriram, entre outros, a introdução da disciplina de necessidades educativas especiais, na componente curricular, tendo consciência e respeito em relação a pessoa deficiente.
“Abertura e apetrechamento de bibliotecas escolares públicas para estimular o hábito pela leitura, criar facilidade de expansão e uso da internet”, são outras das sugestões apresentadas pela fonte, por sinal formador de professores do ensino primário.
O estímulo às práticas de cidadania e respeito pelos grupos etnolinguísticos como incentivo a unidade nacional são, no entender dos especialistas, elementos importantes a considerar no processo de ensino e aprendizagem.
O professor Herculano Nicorosse enunciou, ainda, desafios tais como a demora na certificação e emissão de certificados no Ensino Técnico Profissional.
A fonte sublinhou que ha “também centralização da certificação e emissão de certificados no Ensino Técnico Profissional, número excessivo de módulos, além da mudança constante de currícula de formação de professores e técnicos profissionais sem a prévia formação de formadores”.
No entendimento dos académicos, factores exógenos como surgimento de guerras de forma cíclica, desastres naturais, epidemias e pandemias, e insuficiência do corpo docente influenciam a qualidade da Educação, no país, em geral.
“Podemos alistar, também, o absentismo de gestores, professores e alunos nas escolas, condições de ensino deploráveis, ambiente motivacional fraco, corrupção e consumo de álcool e drogas nas instituições de ensino”, referiu.
Como progressos apontaram a construção de infra-estruturas e edifícios adaptados as diferentes realidades, formação de professores especializados e adequados às necessidades dos alunos, bem como a promoção do diálogo e reflexão conjunta.
O encontro decorreu sob o lema amplamente divulgado pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano que é: “Por uma Educação de Qualidade Inclusiva, e Equitativa, em prol do Desenvolvimento Sustentável”.
(AIM)
RI/mz