
Presidente da República, Filipe Nyusi, na abertura do VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa (CPLP)
Maputo, 07 Jul (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, manifesta a sua insatisfação com o incumprimento da agenda ambiental 2030, por parte dos países mais industrializados do globo, sobretudo na manutenção do aumento da temperatura da Terra para uma média inferior a dois graus centígrados.
Nyusi exprimiu a sua preocupação na abertura do VII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa (CPLP) um evento de quatro dias, decorre sob lema “Educação Ambiental a Chave para a Sustentabilidade”.
Apontou os países mais desenvolvidos como sendo os maiores culpados pelas mudanças climáticas que ameaçam a humanidade.
“Na COP 21, realizada em Paris em 2015, os líderes mundiais comprometeram-se a manter a temperatura média global abaixo de dois graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, preocupa-nos o incumprimento dos acordos alcançados, sobretudo por parte dos países [mais] industrializados que são os maiores causadores das mudanças climáticas”, explicou o estadista moçambicano.
Disse que uma das principais razões do fracasso destes países é a falha da meta para a redução das emissões de dióxido de carbono, pelo que defende a aposta na educação ambiental.
“Um relatório de 2021, sobre mudanças climáticas nota que para que a meta 1,5 graus seja atingida as emissões de dióxido de carbono devem ser reduzidas em 45 por cento até 2030, o que será difícil devido a relutância dos países [mais] industrializados em cumprir o Acordo de Paris”.
“A educação ambiental não deve ser vista como direccionada às comunidades num sentido; ela mostra-se como uma ferramenta crucial para alcançar o desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões, sobretudo para os mais poluentes”, referiu Nyusi.
Nyusi também insiste na inclusão das comunidades locais pois desempenham um papel crucial na conservação do ambiente.
“A nossa visão é de que a educação ambiental não deve ser um processo unidireccional, pois existem muitos aspectos positivos que as comunidades locais podem transmitir para a preservação do ambiente”, afirmou.
“As nossas políticas ambientais para além de estarem alinhadas com as convenções internacionais, elas tomam em consideração o chamado conhecimento indígena, as boas práticas locais e a conservação dos ecossistemas da biodiversidade”, acrescentou.
Anotou que a resolução dos problemas ambientais está centrada em três níveis, nomeadamente, centros urbanos, zonas rurais e no ambiente marinho e costeiro.
Por isso, o estadista moçambicano considera a prevenção e combate à erosão costeira, combate à caça furtiva, mineração desenfreada, desmatamento bem como a conservação do ambiente marinho e costeiro como sendo algumas medidas centrais de educação ambiental nestas zonas.
“É preciso um grande compromisso a nível das lideranças políticas para uma melhor educação ambiental”, concluiu.
Ainda hoje, Nyusi inaugurou na cidade de Maputo, o Centro de Interpretação Ambiental, cuja missão principal é promover uma educação ambiental a nível nacional.
São esperados no evento cerca de 500 Congressistas, incluindo nacionais e internacionais, que vão debater quatro pontos temáticos, nomeadamente Educação Ambiental nas Políticas de Desenvolvimento; Educação Ambiental no Sistema Educativo e Construção da Cidadania Ambiental; Educação Ambiental como resposta aos Desafios Impostos pela Crise Climática e Educação ambiental como contributo aos Grandes Projectos de Desenvolvimento.
(AIM)
CC)/sg