Maputo, 05 Jul (AIM) – O processo de facilitação da mobilidade entre os cidadãos dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está a avançar num passo lento.
A demora deriva principalmente da escassez de recursos humanos, financeiros e das especificidades regionais de cada país membro da comunidade.
Falando a jornalistas após audiência com o Presidente moçambicano, o Secretario Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, reconhece que as discussões em volta do acordo sobre a mobilidade entre os Estados-membros da CPLP estão a decorrer a “passo de camaleão”.
“O ritmo não está tão depressa como todos nós queremos mas é um acordo geral que foi apresentado e ractificado em tempo recorde, em menos de 15 meses”, disse o diplomata.
Apesar da lentidão, Zacarias diz que actualmente o processo encontra-se na fase dois da sua implementação, onde a responsabilidade passa para os países que ractificaram o instrumento.
“Agora estamos a passar pela segunda fase em que cada um dos países, de acordo com a sua velocidade e de acordo com as suas especificidades, compromissos regionais e sub- regionais, tem que olhar como é que quer que esse acordo avance daqui para frente”, explicou.
Zacarias referiu que, no momento, a segurança documental constitui um dos principais obstáculos enfrentados no processo pelo que a situação já está a ser discutida pelo pessoal técnico.
“Os nossos técnicos já estão a debater a questão da segurança documental, mas, naturalmente, que os cidadãos querem se sentir mais próximos e sentir se calhar a pertença desta sociedade que nós queremos que seja muito mais dinâmica. Mas estamos a andar e vamos continuar a olhar para os obstáculos que temos por forma a corrigir num futuro próximo”, disse.
Zacarias disse ainda que o “Presidente [Filipe Nyusi] quer que a mobilidade continue a avançar num ritmo em que todos os cidadãos de Moçambique e também da própria CPLP esperam que se avance”.
O diplomata concluiu exortando aos países membros da comunidade para envidar esforços por forma a combater as barreiras que impedem o avanço do processo da mobilidade.
“Os países em conjunto têm que olhar para este grande desafio e ver quais são os problemas que tem cada país para garantir que viajando com os documentos de cada país possam também ser aceites nos outros Estados membros”, sublinhou.
Na audiência com o estadista moçambicano, foi discutido, entre outros temas, a mobilidade na região e a questão económica na comunidade.
(AIM)
CC/FF